sábado, 23 de junho de 2012

R.A.V.E - Capitulo Três


 Amor, tão perigoso.

 Eu realmente gostava de Ted, ele era um ótimo e carinhoso amigo, acho que de todos era o único que eu sentia uma vontade imensa de ficar abraçado por ser tão meigo e tão fofo, e eu realmente queria que ele tivesse uma namorada, não que namorar fosse algo que passasse pela minha cabeça, mas eu sabia que ele merecia alguém que realmente desse valor na pessoa que ele era.
 Não fazia muito tempo que havia começado a andar com Lea, ela não parecia gostar de mim, mais era amiga de meus amigos e acho que nossa amizade surgiu por osmose, acho que você vai se apegando a pessoa tão lentamente que você nem percebe o quanto depende dela até realmente começar a depender. Eu há via ali tão bonita e companheira que não estava percebendo o quanto Ted estava apaixonado por ela, não as mãos dadas, não os chocolates que ele sempre comprava a ela, mas sim seus olhos, o jeito que ele a idolatrava o jeito que ele a amava era tão fácil de odiar que você ficava frustrado com aquele sentimento já que queria que alguém te olhasse daquele jeito.  Mas então eu comecei a sentir um pouco de raiva de Lea, não pelo jeito que ele olhava para ela, mais pelo jeito que ela tratava ele, não era da mesma forma, dava para ver o quão apaixonado ela estava, dava para sentir o quanto ela não queria ele e com isso a vontade de bater nela por isso aumentava a cada dia. O jeito que ela brincava com ele, e o jeito que ele a seguia como se fosse sua dona.
- Por isso eu nunca vou me deixar apaixonar – Disse Sam ao meu lado em minha cama, estávamos deitados ali porque tínhamos acabado de almoçar.
- Acho que nunca vai levar muito tempo – Disse virando meu rosto para encara-la.
 Eu sabia que Sam estava mentindo porque ela já havia se apaixonado por um garoto. Ficávamos conversando muitas vezes e poucas ela mostrava como realmente era, ela parecia olhar para você e dizer “Que se Foda” mais no fundo ela se importava bastante com você única e exclusivamente porque era dela isso, ela sempre queria saber o jeito que as pessoas estavam, ou sempre queria se sentir querida, mas sua capa até que estava bem resistente e parecia realmente convincente, mais só algumas pessoas conseguiam ver que não era assim, pessoas verdadeiramente próximas dela.
- Vejamos, eu nunca me apaixonei assim por ninguém – Disse a ela enquanto levantava da cama indo até minha estante pegar a carteira de cigarros.
- Rola um? – Perguntou ela me olhando. Sam estava sem o sutiã, como sempre fazia quando vinha gazeta aula em minha cama, ficamos ouvindo musica e falando de como os meninos eram uns fudidos e de como nós ainda andávamos com eles.
- Sempre – Disse colocando um cigarro na boca e jogando a carteira nela.
- Alguém estava caminha e você nem me falou? – Perguntou ela assim que ouvimos a campainha tocando, nós dois saímos andando até a porta para atender.
- Oi – Disse Ted entrando em casa quase empurrando a porta para cima de nós.
- Claro que pode entrar – Disse assim que ele se sentou no sofá.
- O que aconteceu com você? – Perguntou Sam enquanto íamos até Ted na sala.
- Eu estou um tanto nervoso – Disse ele mordendo os lábios olhando de mmim para Sam.
- E podemos de ajudar? – Indaguei. Quer dizer Ted havia aparecido ali ninguém sabia da onde e sem avisar e parecia transtornado.
- Eu... Eu...
- Fala logo – Disse Sam dando uma tapa no rosto de Ted.
 Pude ver que Sam estava ficando mais do que impaciente naquele momento, só que ela não conhecia Ted a tanto tempo quanto eu conhecia, ela não sabia que quanto ele fazia algo ruim ou algo que não estão nas regras ele ficava assim atônito, como se não conseguisse nem pronunciar o que ele havia feito. Uma vez ele havia roubado a prova de física numero dois para nós e ficou se punindo durante uma semana porque a professora que odiava Wren estava com mais raiva ainda de não poder reprova-lo naquela matéria, quase que Ted fica sem comer, ele quase desmaiou quando viu a professora encarando-o já que ele estava fazendo isso com ela a muito mais tempo.
- Eu beijei um garoto – Disse ele olhando para mim parecendo perplexo consigo mesmo.
- Como é? – Perguntamos eu e Sam junto, ambos levando a mão a boca, só que eu continuei – Um garoto? Do que você esta falando?
- Eu beijei, foi sem querer, e eu nem queria, ele quem veio para cima de mim, quer dizer, eu não sei o que aconteceu, eu apenas ajudei ele a levantar e depois ele estava me agarrando na grade, eu fiquei sem saber, estava bom.
 Ele fez uma pausa e ficou olhando para mim, depois que se tocou do que havia falado ele levou à mão a cabeça.
- Ai merda, eu beijei um garoto, e gostei! – Praticamente gritou Ted, ele estava mais do que confuso.
- Eu pego a vodca – Disse Sam saindo para meu quarto.
 Me aproximei de Ted e ele parecia completamente perturbado, segurei em sua mão e me ajoelhei a sua frente, depois alisei o cabelo dele e desci a mão para o seu ombro dando-lhe tapinhas carinhosos, eu não sabia muito bem o que dizer a um garoto que havia acabado de beijar um garoto e disse que havia gostado.
- Muito bem, me conta toda a história – Disse tentando não rir na cara de Ted, ele realmente parecia mal com aquilo.
- Tudo bem – Ele suspirou e fechou os olhos. Eu realmente fiquei com mais vontade de rir ainda, só que continuei a me controlar. – Eu estava saindo da faculdade e ia encontrar com o Andy e o Lewis, eles iam para algum lugar. Então eu estava mexendo no celular digitando eu já estava saindo quando eu dei de cara com o garoto. Nós dois caímos no chão e nossas coisas foram para todo o lado, eu me levantei rápido e peguei meu celular, só que eu vi que o menino ainda estava no chão recolhendo as coisas dele, segurei no braço dele e o ajudei a levantar, só que ele acabou se desequilibrando e caiu encima de mim, por acidente, e então enquanto ele pedia desculpas ele simplesmente avançou em mim e me beijou. Fiquei sem saber o que fazer, sério, só que eu comecei a corresponder e nem estava entendendo o porque.
- Que gay! – Disse Sam quando voltou com a vodca, estava tão concentrado na historia de Ted que nem reparei que ela havia voltado.
- Não! – Disse olhando para Sam que deu de ombros depois nos servindo de vodca – Não quer dizer que você seja Gay Ted, apenas aconteceu.
- isso não deveria ter acontecido Ville – Disse ele me olhando como se estivesse muito decepcionado com o que eu havia falado – Quer dizer, eu sei que estou carente e que nunca mais fiquei com ninguém, mais eu não sou gay.
- Então é isso, você só esta carente – Disse sorrindo para ele, Sam concordou – E nem foi você quem beijou ele, ele quem te beijou, fica calmo Ted.
- Tudo bem, acho que quero um pouco de vodca – Disse Ted olhando para a garrafa azul que Sam tinha na mão.
 Eu e Sam passamos o resto do dia confortando um Ted que se intitulava homossexual por ter beijado um garoto e ficamos rindo de como ele estava realmente triste com aquilo, ele foi embora junto com ela e eu fiquei em casa, estava de férias do curso preparatório pelo final de semestre então não teria de fazer mais nada até no ano que vem o que me deixava meio mal. Estava em meu quarto ouvindo musica quando ouço meu celular tocar.
“Oi” era tudo o que dizia na mensagem, só que eu não tinha aquele numero nos contatos.
 Respondi com um “Oi” também.
“Como esta essa noite?” Perguntou a pessoa com outra mensagem.
“Normal e até um pouco quente demais. Com quem estou falando?” Respondi.
“Tate” Ele respondeu.
 Foi nesse momento que eu parei e fiquei olhando para o celular, não falava com Tate faziam duas semanas naquele dia, nem sabia se a pastora estava viva ou não, mas decide não recuperar o contato com ele, tudo bem que Tate era bonito e eu gostava do fato de ele tocar teclado, mas eu realmente não queria me apegar a uma pessoa que tinha uma mãe perturbada que havia tentado me matar.
“Há, Oi” Respondi, eu meio que estava com saudades dele. Sim só havia beijado e conversado com ele uma vez só que pareceu ser varias vezes.
 Só que tanta vodca e conversa com um amigo me deixou com tanto sono que acabei dormindo e só acordei no outro dia com a campainha tocando descontroladamente.
- Oi – Disse abrindo a porta, sendo empurrada para trás quanto Andy, Lewis, Leo e Wren entraram em minha casa, os três estavam muito suados e pareciam que haviam corrido por muito tempo. – Bom dia.
- Fecha isso – Praticamente gritou Leo para mim, e eu acabei fazendo com susto.
- O que houve? – Perguntei olhando para os quatro ali tão assustados.
- Eu tinha um encontro – Leo falou quase sem folego, ele estava com a mão na barriga.
- E você levou esses três patetas com você? – Perguntei olhando para os outros três que estavam com a mesma aparência cansada – E foram vocês que saíram correndo? Se eu fosse a garota eu quem sairia correndo.
- Sem gracinhas Villeroi – Disse Wren se jogando no sofá – Leo ligou para mim e eu estava na casa do Andy jogando vídeo game com o Lewis.
- Você tem um vídeo game na sua casa – Disse sem entender.
- Mais o do Andy é melhor – Disse Lewis dando de ombros para Wren que confirmou com a cabeça.
- Enfim – Disse Leo nos tirando daquela discursão de qual vídeo game seria o melhor. – Eu tinha esse encontro, eu estava conversando com essa garota a muito tempo pela internet, nós tínhamos muito em comum.
- Bandas de Heavy Metal – Disse Wren.
- Zelda – Completou Lewis.
- Ela também gostava dos meus mesmo filmes – Disse Leo, ele parecia decepcionado com aquilo.
- Tudo bem, e o que isso tem de ruim? – Perguntei sem entender, não era isso o que todo mundo queria de uma pessoa?
- ELA ERA UM CARA, cara – Disse Leo desesperado – E ainda menor de idade, ou seja, eu fui encontrar com ela/ele e acabei conhecendo o pai dele.
- Quem é Tate? – Perguntou Andy vindo do meu quarto.
- Um garoto que eu conheci – Disse depois olhando para Leo – Como assim? O pai dele?
- Sim o pai dele. E ele tinha uma arma – Disse Leo, ele aprecia completamente transtornado com aquilo.
- Ele quer vir aqui, vou mandar o teu endereço – Disse Andy, só que eu não estava muito bem prestando atenção no que Andy estava falando, e sim no que Leo havia dito.
- Ta. Como assim uma arma?
- Não era só uma arma, era uma espingarda imensa – Disse Lewis, ele também estava parecendo muito aflito com aquilo.
- Como vocês sabem? – Perguntei olhando para Wren e Lewis.
- Ele está vindo – Falou Andy, ele estava meio desligado de nossa conversa muito seria.
- Bom, depois que eu vi que o cara tinha uma arma eu sai correndo, o cara me seguiu e conseguiu acabar com o meu pneu antes de eu conseguir sair com o carro, fiquei escondido em um latão de lixo e liguei para eles. Só que quanto Lewis apareceu para me pegar no shopping o Andy fez um escândalo porque eu estava todo sujo e eles estavam no carro de Andy. O cara viu aquilo e começou a atirar, nós saímos de lá correndo e só paramos quanto chegamos aqui.
- O que? – Praticamente gritei enquanto ele me contava aquilo – Vocês o trouxeram para a minha casa?
- Claro que não – Disse Wren – Nós não somos idiotas.
 Quando a campainha tocou, nós cinco gritamos. Lewis praticamente implorou para que eu não fosse atender, mas acho que um cara com uma espingarda não tocaria a campainha para entrar em minha casa, foi até a porta e quando abri vi Tate ali, todo bonitinho com um suéter e uma calça social, tão diferente de quando eu havia o conhecido.
- Há, foi – Disse olhando para ele sem acreditar. – Como você chegou aqui?
- Você me mandou o seu endereço – Disse ele sorridente. Aquele sotaque que ele tinha me deixava tão encantado.
- Como assim? – Perguntei sem entender.
- Eu perguntei se poderia vir te ver, e você falou que sim, e então eu pedi o seu endereço e você me deu – Disse ele sem entender muito bem o porquê da minha reação ser daquele jeito.
- Há – Disse olhando para trás vendo Andy com o meu celular na mão, provavelmente jogando. – Tudo bem, você quer entrar?
- Claro – Respondeu um sorridente Tate.
- Oi Tate – Disse Leo levantando para falar com ele.
- Tudo bem com o teclado? – Perguntou Tate ainda sorrindo.
 Olhei para Wren e ele estava sorrindo de uma forma muito estranha para mim, eu sabia o que ele estava bolando na cabeça de algum modo, mordi os lábios e então abri a porta para sair para a varanda, só que todo aconteceu muito rápido. Um homem de bigode com uma espingarda na mão me empurrou para trás me fazendo cair e então engatou a bala fazendo com que todos olhassem para nós.
- Eu sabia que tinha vindo para cá, eu sinto o seu cheiro de longe – Falou o cara com uma voz tão grave que me assustou. Ele não era exatamente pequeno, deveria ter um e noventa de altura e era muito vermelho, ou estava muito vermelho pela ocasião, só que toda a minha analise acabou quando ele apontou a espingarda para onde Leo continuava sentado, ele estava tão atônito sentado ali que eu acho que ele nem percebeu que estava se urinando todo.
 Sabe aqueles momentos de filme de terror que tem todo aquele suspense, quando o serial killer acha o grupo de estudante que estava casando por algum motivo muito idiota e deixa eles morrendo de medo implorando por suas vidas enquanto ele se delicia com aquela cena ridícula de todo mundo junto chorando ou gritando ou seja lá o que? Pareceu muito conosco ali naquela sala, Andy estava com o meu celular na mão só que eu realmente achava que ele não era inteligente o suficiente para digitar para a policia enquanto estávamos ali parados, e mesmo que ele ligasse, assim que eles chegassem nós já estaríamos mortos, ou pelo menos Leo estaria. Wren e Tate estavam olhando para o cara com medo nos olhos e também não era para menos, se ele atirasse e erra-se poderá pegar nos dois porque Leo estava sentado no sofá exatamente no meio dos dois.  E Lewis estava me deixando com vontade de rir com aquela cara por-favor-não-me-mate para o cara, ele era o único que estava atrás de alguma coisa, de algum modo ele acabou parando atrás da poltrona, bem atrás do corpo de Leo. E eu ali pensando no que poderia fazer naquele momento tentando processar o que aconteceria conosco.
 Mas nem foi preciso muita coisa, o cara com a arma de repente caiu no chão, só que não ouvimos disparo algum, assim que olhei para trás vi Sam e Ted, ela estava com umas pedras grandes na mão assim como ele, foi então que eu reparei que Sam havia acertado uma pedra na cabeça do cara, uma pedra não um tijolo completo.
- Que porra é essa? – Perguntou Sam jogando as pedras pela porta.
- Ele estava tentando me matar – Disse Leo olhando para a sua calça, ele estava ficando vermelho – Será que você tem uma calça para me emprestar Ville?
- Sempre, no meu quarto – Disse, Leo saiu correndo dali da sala.
- Ele esta morto? – Perguntou Lewis levantando de trás do sofá.
- Pode até não esta, mais esta sangrando muito – Disse Ted avaliando o corpo mais de perto.
- Pegue a arma dele, ele pode acordar – Disse Sam apontando para a espingarda ainda na mão do cara caído.
- Qual é o nome desse ser? – Perguntou Tate olhando dele para nós enquanto Wren pegava a espingarda.
- Nós não sabemos – Disse Wren admirando a espingarda – Vamos ter de esconder isso.
- E onde o deixamos? – Perguntou Lewis olhando para o cara sangrando no chão da minha sala.
- Na floresta? – Perguntou Sam olhando para nós.
- Algo importante. Não deveríamos chamar a policia? – Perguntou Tate olhando para nós assustado.
- nunca chame a policia, você sempre é preso por algo que você nem sequer fez – Disse Sam olhando para nós – Vamos deixar ele na floresta.
- Você tem quantos anos? – Perguntou Tate olhando para Sam.
- Muito mais do que você mentalmente – Disse Sam olhando de Tate para nós – O que o filho da louca esta fazendo aqui afinal?
- Eu convidei – Eu e Andy falamos juntos.
- Então segura a perna dele, Lewis o ombro, vamos gente – Disse Sam empurrando os meninos para carregar o cara grande.
 Mas o homem inconsciente era muito mais pesado do que pensávamos, Eu, Lewis, Ted, Wren, Leo, Andy e um muito duvidoso Tate tivemos que leva-lo até o carro de Ted e saímos em direção à floresta. O que na verdade não é exatamente uma floresta, é um parque ambiental aonde os adolescentes da cidade vão para passar os fins de semana e às vezes algumas comemorações de família, vamos lá quase sempre quanto tem festa e é sempre uma das melhores porque quando queremos algo a mais podemos ir para a parte mais densa, onde tem arvores maiores, é uma reserva podemos dizer assim.
 Leo foi contando a historia de como ele havia conhecido a Willow, uma menina linda, ruiva, com peitos grande e sarda no rosto que falava coisas que ele queria ouvir e meio que acabou se apaixonando por ela, o único que conhecia a querida Willow era o Wren, ele já havia falado com ela muitas vezes, mais ninguém ainda havia desconfiado de que ela na verdade era ele, o que levou Leo a marcar o tão desastroso encontro, eles iriam ao cinema ver um filme que eu realmente não entendo o nome de tão estranho que é, só que então ele se deparou com um garoto ruivo e magrelo e sardas, o garoto sorriu para e ele e disse, “Oi Leonard, meu nome é Willow”, Leo acabou falando com o garoto e o garoto falou que estava tentando se igualar ao seu corpo e que havia achado a foto da garota em um site e que logo ele iria ficar parecido com a menina da foto, ele iria mudar de sexo assim que conseguisse dinheiro suficiente para fugir de casa. Só que então o pai grandão do menino apareceu com a espingarda e quanto viu Leo com o filho começou a surtar dizendo que ele era o garoto que estava pervertendo o seu filho para um caminho que não era de Deus e que ele merecia morrer por aquilo. Quando o cara sacou a arma Leo saiu correndo para uma das ruelas que ficavam perto do cinema e acabou se escondendo no latão de lixo.
- E então eles apareceram – Disse Leo, ele já estava um pouco exausto de comentar a sua historia dava para ver.
- O cara ainda esta inconsciente? – Perguntou Sam, ela não parecia muito ligada à história de Leo.
- Sim, e pelo visto vai continuar, não deve ser muito fácil receber uma tijolada na cabeça – Disse Wren que estava olhando para o porta-malas com um tijolo na mão para caso se o cara acorda-se.
- Quem vai ficar com aquela espingarda? – Perguntou Ted olhando pelo retrovisor para nós.
- Posso deixar ela escondida em meu sótão – Disse mordendo os lábios.
- Você deveria se livrar dela – Falou Tate ao meu lado.
- Pode ser útil – Disse Sam desencostando do banco e olhando para Tate – Para de ser tão filho da mãe e relaxa um pouco, tira esse moletom, ta parecendo um idiota.
- Sam – Disse olhando para ela, mais tanto Lewis quanto Wren estavam rindo.
- O que será que vai acontecer com o carro do Andy? – Perguntou Ted enquanto estava chegando à área da floresta.
- Espero que ele não fique mais ferrado do que já esta – Disse abrindo a porta assim que o carro parou.
- Ele não vai ficar, pelo menos não tem como, pode-se dizer que foi uma tentativa de assalto – Disse Sam, ela realmente não estava em um bom dia.
- Ele não sabe mentir tão bem quanto você – Disse Ted abrindo o porta-malas, todos nós ficamos olhando para o cara desmaiado ali com um pedaço de pano amarrado na cabeça que colocamos antes de jogarmos no porta-malas, o sangramento estava melhor.
 Nós seguimos para dentro da floresta até acharmos um lugar um tanto distante das crianças que circulavam por ali fazendo trilhas, Sam colocou um pouco de terra encima dele e o disfarçou bem como se ele tivesse sido espancado até ficar inconsciente enquanto nós fumávamos um cigarro sentado em uma arvore caída, já estava escurecendo e precisávamos voltar para casa e limpar a bagunça que havia ficado lá.
- É uma mensagem do Andy – Disse Ted lendo o que estava na mensagem, pelo jeito que ele arregalou o olho não parecia boa coisa.
- Ele definitivamente não sabe mentir – Disse Wren que lia também a mensagem pelas costas de Ted.
- O que houve? – Perguntou Leo um tanto inquieto com o que havia na mensagem.
- Bom eles sabem que você estava com o cara no shopping – Ted encarou Leo por segundos e então suspirou – E eles estão tentando entender o que aconteceu, o porquê de tudo aquilo.
- Merda – Disse Leo levantando – Eu nunca mais falo com ruivas com peitões.
- Você nunca deveria falar, elas são sempre muito tensas – Disse Sam dando de ombros para nós que não entendemos o que ela havia falado.
- O que eu faço agora? Eu posso ser preso – Disse Leo.
- Não, se você não fez nada com ele pela internet você não pode – Disse Lewis.
 Leo sentou de novo um pouco cabisbaixo, isso queria dizer que ele havia sim feito alguma coisa com o garoto pela internet, o que agora não seria muito bom já que tínhamos um cara inconsciente na floresta.
- Ele pode fugir – Foi Tate quem disse e eu pude ver a cara de supressa de Sam com o que ele havia falado.
- Até que você pensa – Disse Sam sorrindo pela primeira vez para Tate naquela dia.
- Quando você tem uma mãe pastora e que não aceita sua homossexualidade você tem que aprender como se divertir – Tate deu de ombros e eu pude ver que ele ficou um pouco vermelho com o que ele havia acabado de compartilhar conosco.
- Podemos usar a ideia dele. – Comentou Lewis – Seria bom você se esconder um pouco.
- Para onde eu iria? – Perguntou Leo meio sem esperanças de como iria fugir.
- Quanto temos? – Perguntou Wren pegando a carteira.
- Não é hora para bebidas – Disse Ted.
- Não é isso, quanto é para encher o tanque do seu carro? – Perguntou Wren.
- Ele esta cheio, minha avó fez isso ontem, mas o que tem isso haver?
- Ele pode ir para  a sua casa, na ilha, assim ninguém encontra ele e ele pode ir no seu carro, vamos para lá semana que vem mesmo, ele só precisa de dinheiro para se alimentar até chegarmos lá.
- Tenho vinte – Disse Sam tirando o dinheiro de sua calcinha, ela deu de ombros quando olhamos para os eu lugar de guardar o dinheiro – O que? É o melhor lugar para guardar.
- Ninguém mete a mão ai mesmo – Disse Ted dando uma risada estranha.
- Isso não vem ao caso – Falei. Sam não era muito de guardar respostas como aquela – Eu tenho vinte também.
- Eu tenho cinquenta – Disse Lewis dando para mim o dinheiro.
- Também – Disse Wren me passando o dinheiro.
- Acho que é o suficiente para ele passar a semana. – Disse dando o dinheiro para Leo que nos olhava como se fossemos loucos.
- Dá para você sobreviver – Disse Ted.
- Eu não posso, como eu vou fazer isso.
- Entrando no carro e começando a dirigir – Cuspiu Sam.
 Leo questionou um pouco mais depois aceitou já que ele entraria em problemas se ficasse na cidade mais alguns dias, a sorte de tudo era que sua mãe estava viajando a trabalho e ele já havia falado que iria viajar conosco então tudo se encaixava. Então ele entrou no carro e foi embora para a casa de Ted na ilha e nós voltamos para minha casa para limpar ela.
 Lewis e Wren foram embora logo depois porque Andy ligou para eles dizendo que poderiam voltar para a casa dele para jogar já que sua mãe não havia surtado por causa do carro já que a culpa não era dele e havia toda uma pericia que havia confirmado que tinha sido um assalto. Ted saiu junto com Sam assim que terminamos de organizar minha casa, ele iria levar ela para casa já que ela não tinha como voltar  e Ted havia pedido para seu tio lhe dar uma carona para casa, todos nós concordamos em dizer que o carro de Ted estava na oficina e não iria sair de lá por causa do feriado que estava se aproximando.
 Restou apenas eu e Tate em casa, eu realmente não sabia o que fazer com ele ali, só que ele havia aceitado o conselho de Sam e estaca sem o moletom e com as mangas da camisa comprida levantada, ele parecia o garoto que eu havia conhecido naquela noite. Nós ficamos conversando um pouco no sofá e então ele me beijou de novo, foi inesperado e eu não sabia como lidar com aquilo, eu estava realmente sentindo algo por ele e isso me assustava pelo modo de como as coisas haviam terminado da ultima vez.
- Será que o cara esta vivo? – Perguntou Tate deitado com a cabeça no meu colo na minha cama.
- Acho que sim – Disse dando de ombros, eu não queria saber do cara, e sim de Tate.
- Passar o dia com você é interessante – Disse ele levantando e encostando-se na parede assim como eu estava.
 Ele sorriu para mim e me beijou de novo, só que dessa vez um pouco mais intenso, fiquei sem ação e podia sentir que Tate estava ficando um pouco mais solto e um tanto mais excitado com aquela situação.
- Acho que isso é bom – Disse assim que ele desgrudou os lábios do meu.
- Eu quero repetir.
- O dia?
- E muito mais coisas – Disse ele voltando a me beijar.
  Quando ele finalmente dormiu já estava começando a amanhecer, e eu estava encrencado porque estava encarando aquele rosto tão bonito ali, adormecido, do meu lado.
 Acho que estava apaixonado. E isso não foi nenhum pouco bom de descobrir.

sábado, 16 de junho de 2012

R.A.V.E - Capitulo Dois


 Pastores, sempre tão radicais.

 As férias do ano passado havia sido uma das melhores que já tivemos. Eu havia ido para uma ilha que ficava perto da cidade com minha família e descobri que a família de Andy também havia ido passar férias na mesma ilha, o que me deixou mais empolgado foi o fato da mãe de Andy ir embora e deixar a casa para o filho e os amigos que haviam ido com ele, Lea, sua irmã Lola e o namorado da irmã Opa – era o apelido do menino, já que o nome dele de verdade era Opalas Francisco Junior, para ficar mais fácil e mais bonito, acabou virando um apelido – o novo amigo, e possível ficante de Lea, Peter, além de Wren e Ted que chegaram ao mesmo dia em que eles chegaram. Peguei minhas coisas e falei para minha tia que iria dormir na casa de um amigo e só voltava na terça feira para casa, com eles de ônibus porque estava inscrito em uns curso que valiam para entrar na universidade.
 A ilha era realmente boa, quer dizer, havia praia, havia algumas comidas típicas, e bons bares, nós ficávamos quase sempre na praia fumando enquanto os casais, Opa e Lola, e possivelmente Lea e Peter, ficavam flertando um com o outro. A parte ruim de tudo aquilo, era Ted, ele e Lea haviam tido um pequeno romance muito antes das férias, e ver um amigo mal por causa de outro amigo é algo que não nos deixava bem, Wren sempre tentava nos tirar de lá, mas Andy queria ficar porque ele havia gostado da amizade de Peter e queria conversar com ele, só que Andy nunca se tocava do que acontecia, então quase sempre tínhamos de aguentar, na verdade Ted tinha que aguentar.
 Quando finalmente a noite caiu, nós fomos para um bar onde tocava rock, um bar realmente bom à beira da praia, ou seja, o lugar era realmente bonito, o céu estrelado, a brisa, a musica, as cervejas, os cigarros, os amigos, deixavam o clima muito bom. Enquanto conversávamos e bebíamos três amigos se sentaram a mesa do lado, duas meninas e um menino. Ele era bonito e tinha um estilo legal e fumava um cigarro mentolado, naquele momento minha vontade de fumar um cigarro mentolado foi muita. Já a amiga dele, a morena com seios grandes, estava com uma cara meio porre e também fumava o cigarro mentolado, eles conversavam com a musica alta sobre a coisa, e eu ali realmente querendo um cigarro mentolado. Andy então começou a bater papo com a outra garota que estava com eles, ela era loira e baixinha. Wren me deu uma leve cotovelada e falou que Andy provavelmente iria pegar a garota. Já Ted disse que ele não teria chances, e apostamos uma cerveja, eu apostei junto com Wren que ele a pegaria, e Ted nos pagou depois,
 Andy não só conseguiu ficar com a garota como conseguiu para nós cigarros mentolados e eles se juntaram a nós, foi assim que eu acabei conhecendo Jonnhy e Leona. Ou como gostávamos de chama-los LeJon.
 No outro dia acordamos preparados para beber, como uns faziam o almoço e outros arrumavam a casa, ficava mais organizado, o meu café da manha, assim como o de Opa, era o cigarro, acordávamos procurando a carteira de cigarros. Passávamos o dia na casa, as vezes brincando de baralho, enquanto Opa e Lola transavam no quarto, ou então ficávamos ouvindo musica no Ipad de Peter, até que chegava a noite e começávamos a juntar dinheiro para comprar bebida para enchermos a cara, acabamos comprando varias e ficamos em casa naquela noite ninguém queria gastar no bar, convidamos Jonnhy, Leona e Gabriela, a menina que Andy havia pegado na noite passada, acabou que eles transaram no banheiro enquanto eu dava encima de Leona e ficávamos porres com mais e mais bebidas, depois que os três foram embora, todos foram dormir menos eu e Andy que ficamos brincando de baralho até oito da manha, quando Lea apareceu na cozinha, ela havia ido dormir cedo na noite anterior junto com Peter.
 Quando as férias terminaram, estávamos com novos amigos, Andy estava namorando com Gabriela e Lea estava namorando com Peter. Só que depois que voltamos para a cidade as coisas foram desencaminhando devagar.
Duas semanas depois que nossas aulas voltaram Peter ficou mais distante possível de Lea e isso a deixou muito mal, porque querendo ou não ela se apegava muito fácil a seus namorados, eu não a culpava porque todos eram realmente interessantes. Houve um que estudava Química na faculdade que desejávamos entrar, ele era realmente bonito e fumava o dobro de cigarros que nós fumávamos na semana, ele era bom na cama, era quase sempre o que ela falava, só que Lea não havia se tocado que era isso o que ele mais gostava de fazer com ela e quando surgiu uma bolsa inesperada para ele estudar fora ele aceitou sem ao menos compartilhar isso com ela, ele foi embora e tivemos um mês meio sombrio com uma Lea realmente deprimida. Depois houve o garoto que estudava medicina em uma dessas faculdades boas e extremamente boas que morava perto de sua casa, eles curtiram dois meses maravilhosos até ele trocar ela por uma menina com um carro legal e um pouco mais rechonchuda do que o normal, então lidamos com uma Lea realmente psicótica com o fator comida. E antes de viajarmos ela conheceu Peter que frequentava algumas aulas junto conosco em nossa escola preparatória, eles começaram apenas brincando de que se gostavam e haviam muitos bilhetinhos carinhosos nas aulas chatas, mas depois das férias que passaram juntos ele se cansou dela, a deixando realmente abatida.
 Eu estudava em uma escola muito reconhecida no estado, estava em um curso preparatório para a faculdade, junto com Ronny, Lea e Andy. Nós sempre matávamos as ultimas aulas e íamos fumar em uma praça perto do centro. E já que a escola se situava em um centro de ensino, ficava perto também do campus da faculdade de Wren e Ted e eles sempre nos encontravam na praça depois das aulas. Assim como Jonnhy e Leona que estudavam em outra escola preparatória, assim como nós.
- Que legal, conseguimos reunir todo mundo – Disse Ronny assim que Sarah e Sam chegaram.
- Claro que sim – Disse Sam pulando encima de mim, fazia muito tempo que não via Sam.
- Nós estamos aqui para decidir como vai ser nossa viagem.
- Nós ainda vamos? – Perguntou Lea.
- Claro que sim – Ted parecia elétrico por causa de outra viagem com a turma – Nós vamos para a minha casa, a ilha ano passado foi muito bom e esse ano tem de ser melhor, as S.A.S vão, assim como o Lewis e a Ronny.
- Ano passado foi bem melhor – Disse Lea parecendo deprimida.
- Tudo por causa do Peter – Dissemos eu e Wren juntos, batendo as mãos no ar depois.
- Qual é amiga, ele só queria te usar – Disse Sarah sentada ao meu lado.
- Já sei! Nada de falar do Peter – Disse olhando para o pessoal – Devemos ver quanto vai custar para cada um.
 Estávamos planejando voltar para a ilha nas férias que estavam por vir, só que não poderíamos ir para a casa de Andy porque ele havia desistido da faculdade que estava fazendo deixando sua mãe uma fera. Andy era um garoto realmente especial, não no sentido mental, talvez um pouco, quer dizer, ele era brincalhão ao extremo e meio dependente de Lea, a culpa não era dele, ela era realmente o tipo de pessoa que te deixava dependente. Só que ele ainda estava abatido com Gabriela, ela também havia deixado ele para voltar com o seu ex-namorado, só porque ele tinha mais dinheiro do Andy, o que na verdade era injusto porque ele ainda estudava e realmente não tinha condições de se sustentar com isso.
- Perdi muita coisa? – Perguntou Lewis chegando junto a nós completamente suado.
- Talvez, mas não perdeu muita coisa – Comentou Sam enquanto acendia um cigarro.
 Havia conhecido Sam uns dois anos trás, para fugir da educação física eu entrei para o coral da escola e ela participava, com as mesmas intensões das minhas, ela era bem menor do que estava agora, e tinha os cabelos loiros e encaracolados, parecendo uma garotinha ingênua, depois de começar a falar com ela eu percebi que ela realmente era o completo oposto do que aparentava ser, se revelou uma grande amiga logo depois de alguns cigarros escondidos no estacionamento da escola. Depois que me formei junto com Ted, Andy, Wren e Ronny ela foi a única pessoa que eu continuei mantendo contato naquela maldita escola porque ela era a única que realmente valia apena.
 Conheci Sarah, sua irmã, um anos depois, estava esperando Sam em um parque de diversões quando ela chegou com a irmã e a apresentou, parecia que já nos conhecíamos porque nossa amizade fluiu de um jeito muito inesperado, ela era realmente companheira e sempre se importava com o meu estado de espirito, e começou a entrar em nosso grupo porque foi se familiarizando com o resto do bando pouco a pouco.
- Oi pessoal, demorei mais cheguei – Disse Leo sentando ao lado de Lewis, o abraçando.
 Finalmente o grupo estava realmente completo, Leo era a ultima pessoa que faltava dele.
 Conheci Leo um ano depois de me formar na escola, ele era o melhor amigo de Wren, e devido Wren participar de uma banda junto de Leo era meio impossível ele não se juntar as nossas reuniões casuais já que Wren sempre aparecia depois dos ensaios. Ele acabou se mostrando muito companheiro, muito interessado em ser nosso amigo.
- Quando vamos? – Perguntou Ronny.
- Ainda não decidimos – Disse Ted parecendo realmente compenetrado em descobrir qual de nós realmente iria, eram as férias da escola, aquilo realmente era importante, íamos comemorar um ano novo que estava quase chegando.
 A ideia surgiu em uma mesa de bar, estávamos todos comemorando o fato de estarmos sóbrios fazia duas semanas, naquele tempo festejávamos qualquer coisa, e pensamos que uma viagem no inicio do ano seria fantástico, então Lewis deu a ideia de irmos para a ilha comemorar isso e deveríamos alugar uma casa para isso, só que então Ted veio com ideia de pedir a casa de seus avós emprestada para curtimos e nos prendemos a essa ideia, só que teríamos que arranjar um jeito de nos sustentarmos sem destruir a casa dos parentes de Ted.
- Bom eu não vou poder ir – Disse Leona parecendo bem triste com aquela noticia.
- O que aconteceu? – Perguntou Wren parecendo tão decepcionado quanto o resto de nós.
- Eu vou ter de ir para a casa de uns parentes.
- O que reconforta ela é que eu vou junto – Fala Jonnhy dando de ombros enquanto soltava a fumaça.
- Então são duas pessoas a menos – Disse Ted riscando o caderno. Havíamos colocado os nomes de todos ali para saber como seria a divisão das camas.
- Eu ainda vou – Disse Leo pegando um cigarro da carteira. – Mas só vou receber o dinheiro depois da viajem, e é isso o que me preocupa.
- Isso é bom, então como vamos fazer para o dinheiro da coleta? – Perguntou Lewis olhando para nós.
- Eu ainda não consegui nada com minha tia – Disse mordendo os lábios, e com ela longe iria ficar difícil.
- Minha mãe não vai poder colaborar dessa vez – Disse Ronny olhando para mim, elas estavam passando por momentos difíceis já que o pai de Ronny havia ido embora com todo o dinheiro delas com outra mulher.
- Como vamos fazer isso? – Perguntou Ted.
- Poderíamos vender biscoitos – Disse Sarah sorridente.
- Você é meio retardada né? – Perguntou Wren, não rir era realmente difícil, as vezes Wren dava algumas respostas realmente grosseiras e engraçadas.
- Malvado – Disse Sarah batendo em Wren com as mãos finas.
- Beleza, temos três pessoas que não vão poder colaborar com a coleta. – Disse Ted nos encarando. Tudo bem que ele não tinha problemas com dinheiro, mas sustentar três pessoas na costa seria pesado até para o bolso dele.
- Porque a Lea esta para aquele lado? – Perguntou Jonnhy.
 Foi então que percebi que Lea havia saído de perto de nós, ela estava falando no celular e parecia rir com quem estava falando, o sorriso de Lea era realmente lindo, ela deveria mostrar mais, só que o fato de não se dar bem em namoros não a deixava muito feliz ultimamente.
- Sim, podemos voltar aqui? – Perguntou Wren fazendo todos se voltarem ao motivo de nosso encontro naquela tarde.
- Bom, acho que vender coisas deve ser uma boa opção – Disse Leona encostada em Wren – As vezes as ideias da Sarah não são exatamente ruins.
- Mais o que nós vamos fazer? – Perguntou Wren sarcasticamente.
 E ele tinha um ponto, penso que se começássemos a fazer bolo espacial seria fácil, Sam havia nos ensinado a fazer na nossa ultima reunião na casa de Wren, mas fazer biscoitos não era muito o nosso forte, tudo bem que Lea sabia cozinhar bem, mais não acreditava muito que nossos biscoitos ou seja lá o que fossemos fazer nos ajudaria a ganhar dinheiro, alias, para fazermos os biscoitos seria necessário comprar o material, o que não adiantaria muita coisa já que se tivéssemos uma péssima venda teríamos gastado dinheiro em vão. Por isso eu odiava quando Wren estava certo mesmo sem mostrar as reais consequências, na maioria das vezes ele só falava as coisas contra Sarah porque ele gostava de tirar com a cara dela.
- Com quem você falava? – Perguntou Ted assim que Lea voltou para o nosso circulo.
- Minha tia – Disse Lea ainda rindo – Na igreja que ela congrega vai ter uma reunião muito especial hoje, só que não conseguiram muitas pessoas para assistir, é uma nova pastora e meio que as pessoas não gostam muito dela pelo seu jeito iluminado de ser. Ela perguntou se vocês não queriam ir, ela disse que até pagava vinte reais para cada pessoa que eu levasse. Ela esta desesperada já que foi ela quem colocou a pastora na igreja.
 Enquanto Lea ria da ideia eu percebi que Wren estava tendo uma ideia porque o sorriso no seu rosto não era exatamente angelical, mas pensando como ele seria realmente ótimo conseguirmos duzentos e quarenta reais por suportar apenas algumas horas de pregação.
- Isso pode ser ultiu – Falou Wren para mim, ele também havia percebido que estávamos pensando a mesma coisa.
- São Duzentos e quarenta, isso cobre as três partes – Disse, estava percebendo que ninguém havia pensando naquela hipótese.
- Tudo bem, acho que vocês já podem dividir conosco o que as duas mentes brilhantes estão pensando – Disse Leona levantando no colo de Wren.
- Se fossemos a esse culto, a sua tia realmente daria os vinte para cada um de nós.
- Sim, ela falou que daria – Disse Lea.
- Nós somos doze, acha que já estava bom para começo de conversa? – Perguntei para Lea.
- Serio? – Perguntou Leo finalmente entendo o que eu e Wren estávamos pensando em fazer.
- Pense, seria duzentos e vinte reais, e você não precisaria se incomodar com comida por uma semana. – Disse Wren pegando o caderno das mãos de Ted.
- Que porra vocês estão falando? – Perguntou Ronny.
- Vamos a esse culto – Disse levantando.
- Você não é muito de ir a igreja – Disse Ronny olhando para mim meio assustada com o que eu havia acabado de dizer. Ela realmente tinha razão, eu realmente não gostava de ir a igrejas por suas pregações, mas quando se paga uma semana de bebedeira, agente pode fazer qualquer coisa.
- Bom se todos nós formos, isso inclui todo mundo – Disse olhando para Leo e Leona – Vamos ter dinheiro suficiente para a semana, quer dizer, agente pode beber o que quiser e comer sem muita restrições, é um bom dinheiro poxa. Isso são nossas férias.
- To dentro – Disse Sarah levantando, Lewis e Andy a seguiram.
- Por favor? – Pediu Wren levantando também, Leona e Ted também se levantaram.
- Tudo bem, mas eu juro que vou bater em alguém se ela quiser me converter – Disse Sam levantando também.
- Serio mesmo que agente vai? – Perguntou Lea levantando, Jonnhy a acompanhou.
- Eu não quero ir para isso não – Disse Ronny nos olhando ainda sentada, com Leo ao seu lado.
- Para se ser egoísta e pensa um pouco em nós Ronny, toda vez é o que você quer. E eu não sei se você percebeu, mais se não formos, na verdade se você não for, você não vai poder ir para a ilha no mesmo que vem, esqueceu disso? – Disse Wren começando a perder a paciência – Isso diz respeito a vocês dois Leo, não sei se esqueceram, mais são vocês quem estão sem dinheiro.
 Tudo bem que Wren não deveria ter sido tão grosso assim tanto com Ronny quanto com Leo, mas ele tinha razão, ninguém ali tinha porque ir para aquele culto para começo de conversa eles estavam nos ajudando já que não tínhamos ainda como pagar a nossa ida para ilha, só que eu sabia que Ronny havia ficado com raiva pelo jeito que ela havia olhado para Wren quando se levantou para nós irmos embora da praça. Eu a amava, mas Wren tinha razão Ronny realmente só pensava em si mesma, e sempre que nós queríamos fazer algo com o grupo ela sempre nos fazia ficar sem vontade, pois nada estava bom para ela ou o seu simples tanto faz nos deixava mais desanimado possível.
 Wren e Ronny eram os menos próximos do grupo, ele não aceitava o comportamento dela perante ao grupo e ela detestava o jeito que ele o tratava junto ao grupo, mas se sustentavam e eu até via abraços quando tudo estava ficando bem ou estavam bem bêbados, mas quais são os amigos que não se entendem as vezes, acho que é disso o que se concretiza a amizade.
 O mais engraçado era como estávamos indo para o culto, parecíamos que íamos para uma missão espacial, ou íamos para a guerra, tinha a linha de frente que estava Lea, Ted, Andy e Sam os quatro estavam mais confortáveis com aquela situação, Lea porque ia sempre com a irmã e a mãe para o culto, Andy porque havia descoberto que depois ia ter um pequeno banquete pós culto, Ted porque ele estava deixando alguém da família de Lea feliz, e até um pouco menos rica, já Sam porque ela falou que era onde morava as mais lésbicas possíveis. Logo atrás estava Lewis, Leo, Wren e Sarah, eles estavam apenas convictos de que teriam que suportar aquilo mais que depois iriam ser bem recompensados com uma grade de absinto e nada de pais durante uma semana, e atrás, como se fossemos a defesa do grupo estava eu, uma chateada Ronny por ter de voltar para os cultos que pareciam intermináveis, e Leona e Jonnhy que estavam tão chapados que poderiam começar a rir do sofrimento implantado na bíblia. Eles não estavam nem ligando, provavelmente iriam ficar mandando mensagens um para o outro falando o quão chato aquilo ali estava.
 Assim que chegamos todos ficaram felizes, até a tia de Lea, por ela ter conseguido trazer pessoas para o culto, todos sentamos na parte de trás e ficamos quietos ouvindo e chegando até a cantar o que a pastora radiante estava falando. Não foram as piores duas horas de nossas vidas, nada poderia ser tão ruim do que rir com a pastora e cantar com o pessoal da banda. Não era por nada, mas o garoto que tocava teclado na banda era realmente bonito e de vez enquanto lançava alguns olhares a mim, mais só poderia ser porque eu era a única pessoa naquele lugar que estava com uma calça apertada, uma camisa larga preta e um sapato surrado, já que todos os irmãos e irmãs estavam de calças sociais e vestidos floridos. Não saia de minha cabeça aquele sorriso e aqueles olhos verdes.
 Depois do culto a pastora estava conversando com Lea e Sarah que realmente eram as mais agradáveis do grupo, enquanto Andy, Wren e Leo acabavam com a comida do lugar, eles realmente não pareciam tão agradáveis assim. Eu e Ronny estávamos conversando e olhando os instrumentos quando Ted se juntou a nós depois de ir ao banheiro.
- Serio, você sabe que eu não sou gay, mas aquele garoto não tira os olhos de você – Disse Ted levando o copo cheio de água a boca, foi então que eu olhei para o garoto que tocava teclado, ele estava falando com os meninos da banda, mas seu olhar não saia de onde nós estávamos.
- Acho que conseguimos um tecladista – Disse olhando para Ronny – Vai lá Ronny, levante os peitos.
- Incrivelmente eu acho que ele esta olhando para você – Disse ela olhando do menino para mim.
- Como assim? – Perguntei olhando para ela, era impossível, ele não tinha nenhuma cara de que era ou poderia ser gay, ele tocava teclado em uma igreja evangélica, não era realmente acreditável.
- Vile ele é um ser humano – Disse Ted rindo – Ele pode gostar de pessoas.
- Não do mesmo sexo, é contra a bíblia – Disse fazendo uma careta, pelo menos era isso o que as pessoas sempre falavam.
- Quando a tia da Lea vai dar o dinheiro? Eu quero sair logo daqui – Disse Ronny nos tirando do assunto meninos tecladista gay da igreja.
- Ela já deu – Disse Lewis se aproximando – Acho que vamos curtir uma bebedeira.
- Então vamos embora – Disse Ronny.
- Já vão? – Perguntou o menino tecladista surgindo ao nosso lado. – Tão cedo.
 Nós quatro ficamos completamente surpreso por ele estar ali, primeiro ele estava do outro lado do salão e segundo ele tinha se aproximado de nós, coitado, mal ele sabia por que estávamos ali.
- Oi – Disse sorrindo para ele, tinha que admitir que ele era muito mais bonito de perto, e mais baixinho.
- Eu vi vocês do palco, vocês vieram para que? Percebi que esse não é o tipo de coisa que vocês fazem em uma sexta feita.
- Com certeza não – Disse Ted rindo, eu e Ronny olhamos para ele que Ted se calou e sorriu para o garoto que pareceu completamente engraçado.
- Sim, nós soubemos que ia ter esse culto aqui e que a pastora era nova e então viemos acompanhar nossa amiga, Lea.
- A vocês são amigos de Lea? Eu a conheço – Disse o garoto olhando para Lea que estava agora conversando com Sam e Sarah que estavam junto aos outros meninos da banda -  Me chamo Tadeu, mais meus amigos me chama de Tate.
- Oi Tate – Disse Ronny estendendo a mão para ele, então percebei que o decote dela estava um pouco mais avantajado do que há dois minutos, ela realmente era rápida – Sou Ronny e esses são meus amigos, Villeroi, Theodore e Lewis.
- Oi – Disse ele sorrindo para nós quatro – Minha mãe foi ótima hoje não é?
- Ele é o filho da pastora – Falei com um sorriso no rosto, apenas para Ted ouvir, ele estava sorrindo também quando confirmou com a cabeça.
- Você toca muito bem – Disse Lewis.
 E eles ficaram ali conversando enquanto eu admirava o jeito que Tate falava, ele realmente parecia saber como usar o teclado e aparentemente estava dando algumas aulas a Ted e Lewis, mesmo que ele nem houvessem pedido, o jeito que suas mãos estavam se desenhando no teclado estava me deixando hipnotizado e eu nem sabia por que estava daquele jeito, olhar para aquele cabelo marrom e aqueles olhos escuros estavam me deixando perdido além é claro de sua boca, os dentes não eram perfeitos, meio tortos, mas honestamente aquilo não me incomodava, eu estava ficando sem ar? Eu não estava muito centrado em mim mesmo.
- Não baba – Vi os dedos de Sam estalando em minha frente.
- Oi – Disse um pouco assustado.
- Você esta olhando para aqueles fios, eu sei que isso foi um culto, mas foi só um agente já tem o dinheiro, não precisa se matar.
- A isso – Falei olhando então para o pessoal.
 Andy e Leo estavam na cadeira, acho que já havia acabado toda a comida do lugar e estavam entediados demais ou com muito sono para fazerem alguma coisa. Jonnhy estava com os fones eu podia o ver sonhando com um baseado dos gordos, Leona estava junto com Wren ainda conversando com algumas pessoas da banda, parece que nem todo mundo que toda em uma banda de igreja é realmente certinho porque pelos movimentos que Wren estava fazendo eles pareciam estar mostrando como se enrolava um bom baseado e apertado. Lewis e Ted ainda estavam com Tate, e ele estava conversando com eles muito alegremente. Ronny, Lea e Sarah estavam do lado de fora do salão conversando com alguns homens que estavam sentados em sua frente na hora do culto.
- Acho melhor irmos não? – Perguntou Sam.
- Também acho – Disse suspirando. Eu realmente estava começando a imaginar que Tate estava me encarando, mas ele na verdade só queria amigos para poder ensina-los a tocar teclado, pelo menos era o que estava parecendo.
 Todos começaram a se reunir e isso significava que iriamos embora em breve, todos nos deram um tchau muito caloroso esperando que voltássemos, e isso era agradável porque havíamos representado nosso papel muito bem por vinte reais, enquanto íamos rua assim ouvi alguém me chamar lá atrás.
- Ele veio – Disse Ronny dando-me uma tapa na bunda.
- Quem? – Perguntei virando.
 E então vi Tate correndo até nós, eu parei para ficar e quando todos começaram a freia Ronny comandou que andassem, e assim eles fizeram.
- Então, eu realmente gostei de te conhecer – Disse ele para mim parando em minha frente com o cabelo grande completamente bagunçado, ele sorria, mas porque ele estava falando aquilo, ele poderia ter me falado isso quando me despedi dele no salão.
- Obrigado, foi ótimo te conhecer, quando for tocar de novo pode me chamar – Disse, eu realmente não estava me sentindo muito inteligente naquele momento, quer dizer, o culto me deixou com muito sono.
- Posso pegar o seu numero? – Tate tirou o celular do bolso rapidamente.
- Sim, anota... – Comecei a dizer meu numero a ele e Tate realmente anotava rapidamente, depois ele segurou em meu ombro.
- Quando vou te ver de novo? Quer dizer, eu acho que você não vai muito a cultos. Se não saberia como se vestir em um.
- Há – Foi à única coisa que eu conseguiu exclamar, depois baixei minha cabeça e olhei para a minha roupa e Tate tinha razão.
 Então Tate me surpreendeu de novo, ele segurou em meu queixo e me fez olhar para ele, só que depois ele avançou a boca na minha e eu fiquei sem reação, mas consegui corresponder o beijo, e ele parecia muito habilidoso com a língua, mas parou o beijo assim que nós dois ouvimos.
- Seu garoto do Demônio – Era a pastora quem gritava.
- Merda – Disse Tate virando para onde vinha o grito de sua mãe. – Me desculpa, mais é melhor você correr.
- Como assim? – Perguntei olhando para Tate um tanto assustado.
- Minha mãe não aceita muito bem esse negocio de homossexualismo, e ela pensa que consegue exorcizar esse demônio de dentro de mim...
- Do que você esta falando? – Perguntei encarando Tate sem entender.
- Só corre, ela esta entrando no carro – Disse Tate me empurrando.
 Foi nesse momento que eu comecei a perceber o mundo, então me dei conta do que havia acontecido, ele havia me beijado e sua mãe sabia o que acontecia quando alguém se interessava demais em seu filho, ele saiu correndo rua abaixo mais sua mãe já estava com o carro ligado e em movimento, por um momento eu pensei que ela iria atropelar o filho, mas como Tate percebeu que ela não iria parar e sim passar com o carro por cima dele ele se jogou para o lado e foi então que ela começou a acelerar. Levantei e sai correndo, eu poderia pegar a calçada, mas muitos carros estavam estacionados e eu não conseguia passar para ela, foi enquanto corria que eu vi meus amigos andando devagar, muito fumando.
- Corre! – Consegui gritar quando passei por eles correndo.
- Que porra é essa? – Perguntou Wren.
- Ela esta vindo – Disse parando e virando para eles, sorte que um carro passou por frente da Pastora e ela teve de parar na rua com muito movimento, só que quando eles pararam ela acelerou o carro.
 Foi então que todos perceberam o que estava acontecendo. Wren começou a gritar assim como todos nós, saímos correndo com a Pastora em um carro muito velho corria atrás de nós para a rua, Leo e Jonnhy foram os únicos que ficaram parados porque estavam na calçada andando devagar, mas o resto todo correu da pastora desgovernada até conseguimos pular para a calçada, quando pensamos que ela tinha passado direto com o carro apenas para nos assustar paramos e ficamos curvados, todos cansados e tentando respirar pelo o que havia acontecido.
- Que porra você fez para ela? – Perguntou Lewis praticamente berrando para mim quando conseguiu se botar ereto.
- Eu não fiz nada. – Respondi ainda em folego suficiente para falar.
- Então porque ela estava nos perseguindo com aquele carro – Perguntou Sarah com a mão na barriga.
- Tate me beijou, e ela viu – Expliquei encostando à parede da casa onde paramos.
- Uau – Sibilou Ted olhando para mim um pouco assustado – Eu estava certo, eu tenho um gaydar.
- Acho que sim – Disse recuperando completamente o folego.
- Ai meu deus lá vem ela de novo – Disse Leona apontando para o carro que estava vindo direto na rua.
- Ela não é doida, ela não pode enfiar esse carro dentro desta casa – Praticamente cuspiu Wren.
- Então porque ela não esta parando? – Perguntou Ronny parecendo aflita com a resposta.
- CORRÃO! – Ouvi Sam gritar.
 No local onde nós estávamos parados estava agora o carro da pastora, ela não parou, ela simplistamente entrou com o carro dentro da casa, dava para ver que o carro estava acabado e a parte da frente da casa estava completamente acabada, acho que pelo fato de estar desocupada. A pastora estava inconsciente dentro do carro e o para-brisas estava todo quebrado e dava para ver que ela estava completamente quebrada. Sarah estava levanto do chão assim como o resto que estava perto demais para correr, levantei também e vi que o estrago tinha sido feio.
- Vamos sair daqui – Ouvi Leona dizer.
- Vamos, rápido – Concordou Wren, só ficou apenas eu Ronny e Ted no local.
- Não podemos deixar ela ai – Disse Ronny que estava do outro lado do carro.
- Mais temos que ir embora, as pessoas estão começando a aparecer. – Disse Ted.
- Eu vou ligar para a emergência.
 Só que assim que eu desbloqueei meu celular tinha uma mensagem – (Foi ótimo te conhecer, eu realmente quero te ver mais vezes. Tate). – A única coisa que eu consegui pensar em responder foi – ( Acho meio difícil, sua mãe esta inconsciente e tentou me matar e matar meus amigos, eu realmente não quero te ver) – Apertei o enviar e depois liguei para a emergência, a vizinhança começava a sair de suas casas e estavam vendo o carro e a casa, depois que dei o endereço de onde estávamos, Ted, Ronny e eu saímos dali correndo, acabamos encontrando Wren e Lewis em um bar ali perto. Eles falaram que os outros haviam ido embora, e que eles realmente precisavam ficar porres. Acho que nós três também queríamos ficar porres, depois de ver a morte de perto.

sábado, 9 de junho de 2012

R.A.V.E - Capitulo Um


Um - Se beber, não pegue emprestado o carro de sua mãe. 


 Ele já deve estar chegando, pensei enquanto estava sentado em minha cama olhando para meus amigos, eles também iriam comigo para a festa de carona com Lewis, ele havia conseguido roubar o carro da mãe, e isso era ótimo porque nós não queríamos ir de ônibus, a festa seria do outro lado da cidade.
 Olhei para Wren a minha frente, ele havia acabado de abri a carteira de cigarros e havia dado um para Ronny e outro para mim, ele realmente estava bonito com aquela roupa, combinava com sua pele morena, e o cabelo dele estava para trás, ele estava parecendo um mauricinho porque queria pegar alguém naquela festa.
 Estávamos indo comemorar meu aniversario, ele já havia passado, nem Wren e nem Lewis puderam estar comigo na aparição surpresa de uns amigos meus em meu quarto enquanto eu fumava um cigarro e ouvia um pouco de musica. Antes disso, no mesmo dia, Eu e Ronny estávamos voltando para casa de manha, havíamos ido a uma festa de uma noite para outra já que meu aniversario seria no outro dia, e fomos comemorar juntos em uma festa underground que havia em um bairro próximo, cheguei a minha casa umas seis da manha e tudo o que eu queria saber era dormir.
  No outro dia foi uma situação engraçada já que estava apenas de samba canção em meu quarto, minha tia havia saído ela tinha que bater turno naquela noite e acabei sozinho no dia do meu aniversario, mais de repente aparece Jacke e Bob, o namorado dela, Lara, Sarah e Sam, Lea, Andy e Ted, foi uma boa festa surpresa já que eles haviam trazido um pequeno bolo e algumas cervejas. Depois saímos para uma festa e acabamos amanhecidos em outro bar, todos estávamos porres, só Sam que não pode ficar conosco naquele dia já que ela era a única menor de idade, e irmã de Sarah também.
- Acho que ainda estou porre – Indagou Ronny enquanto esperávamos Lewis chegar.
- Não é para menos, você bebeu tanto hoje – Disse estalando os dedos enquanto acendia o cigarro que Wren havia me dado.
- Onde está Ted? – Perguntou Wren, sua cara não estava muito boa, havíamos comido alguns hambúrgueres que Ronny havia trazido, ela nos obrigou a ver um filme de terror que na verdade deveria estar na categoria nojenta, e tivemos que comer vendo o filme, não era nenhum pouco digestivo.
- Ele esta chegando – Disse Ronny olhando no celular, eles estavam se comunicando por mensagem desde quando ela havia chegado.
- O que me preocupa é o Lewis, será que ele conseguiu o carro? – Perguntei olhando para o espelho, até que havia escolhido uma roupa diferente da de hoje de madrugada.
- Ele esta ai na frente – Disse Ronny levantando.
 Nós três fomos até a porta, Ronny abriu e pulou encima de Ted. Ted era outro amigo nosso, ele estava realmente simples mais incrivelmente bonito, não é todo homem que continua bonito usando roupas largas.
- Boa noite – Disse ele abraçando Wren e depois a mim.
- Só falta o Lewis agora – Disse Wren, ele parecia realmente impaciente, também não era para menos, já estava se passando meia hora da hora marcada.
- Ele deve estar chegando – Disse, depois virei para Ted – Quer comer alguma coisa?
- Não obrigado, minha avó me fez comer tudo o que tinha antes de sair, ela diz que estou muito magro – Disse Ted caminhando conosco para meu quarto.
- Ela esta certa – Disse Ronny apertando a cintura fina de Ted, a roupa enganava bem.
- Conseguiu falar com a Lea? – Perguntou Wren sentando de novo na cadeira da escrivaninha.
- Sim, ela já esta nos esperando. – Disse Ted dando de ombro – Como sempre, e Sarah não vai poder ir, se não me engano ela brigou com a Sam.
- Aposto que a Sam queria ir – Disse pegando outro cigarro da carteira.
- Isso mesmo – Disse Ted
- Bem a cara da Sam, quando vamos fazer uma identidade falsa para ela? – Perguntei.
- Quando ela conseguir não perder a verdadeira – Falou Wren rindo.
- O Lewis esta dobrando a esquina – Disse Ronny.
 Nós quatro levantamos juntos, iriamos chegar tarde e Lea provavelmente está bufando a fumaça do cigarro, ela só esta indo para a festa por minha causa, já que ela não pode ir para a comemoração após minha casa.
 O Carro da mãe de Lewis parou em frente em minha casa e nós praticamente pulamos para dentro do carro, Ronny na frente e nós três atrás. Conheci Lewis fazendo um curso de pintura em uma escola independente, ele acabou ficando amigo dos meus amigos depois que o encontrei em uma festa e nós ficamos conversando juntos enquanto bebíamos, ele era um cara legal, o único problema era que tinha um dedo podre para namorados.
 Assim que chegamos vimos Lea conversando com uma senhora que estava vendendo cerveja na entrada da festa, era sempre mais barato do lado de fora, principalmente porque lá dentro, no local da festa, era um bordel, os organizadores estavam fazendo uma festa de anos de um bom publico e com isso eles escolhiam lugares exóticos para os aniversários.
 O lugar era pequeno para o numero de pessoa que iriam participar, nós cinco antes de chegar paramos para comprar bebida e tínhamos que beber fora do local para depois entrar e curtir a festa bem porres. Eu e Ronny estávamos conversando com Lea que estava nos contando como ela havia conhecido uma das prostitutas que trabalhavam no bordel, e que haviam a confundido com uma das prostitutas, já que Lea era realmente gostosa, e ainda estava usando um vestido vermelho curto e meias calças com cinta-liga.
 Foi então que conhecemos Alex, o desastre da festa. Ele e Lewis já se conheciam e decidiram ficar naquela festa, e os dois estavam bebendo bastante, e nem havíamos percebido isso. Alex era um cara legal, e realmente bonito, só que não o conhecíamos, Ted e Wren já haviam entrado na parte coberta da festa nós deixando segurando vela para Alex e Lewis que não pareciam nenhum pouco a fim de esconder que estavam querendo fazer sexo.
- Lewis, vamos entrar – Disse Lea chamando a atenção deles, interrompendo um beijo.
- Tudo bem, nós vamos depois – Sufocou Lewis enquanto Alex o beijava.
 Nós três entramos depois e encontramos alguns conhecidos, depois achamos Wren e Ted que estavam dançando, tentando seduzir algumas garotas, enquanto eu e as meninas estávamos rindo deles fazendo aquilo. Foi só quando Ronny puxou meu braço que eu vi o que terminaria nossa noite.
 Lewis e Alex haviam entrado e eles não pareciam normais, ambos estavam cambaleando e procurando alguém, provavelmente nós, só que Alex esbarrou em uma mulher gorducha que dançava com o namorado e a mulher acabou olhando para ele com raiva, ele olhou para ela com desprezo e virou o rosto, só que o namorado da mulher começou a falar alguma coisa, então Alex olhou para ele e falou alguma coisa. E percebi que Lewis não estava mais junto a ele, ele estava abrindo a calça indo para a parede. Nós três corremos até eles.
 Lea foi até Alex e o casal e os apartou pedindo desculpa pelo comportamento de Alex, já eu e Ronny fomos até Lewis e percebemos que ele queria urinar, só que antes mesmo de ele colocar o seu membro para fora o segurança veio até nós.
- Aqui não é banheiro – Gritou o segurança para Lewis que olhou para ele não dando a mínima.
- Desculpa – Respondeu Ronny aos berros pela musica alta – Já vamos tira-lo daqui, ele esta um pouco porre.
- Acho bom – Li o segurança falar.
 Nós dois pegamos Lewis e o arrastamos para o estacionamento, e Lea fez o mesmo com Alex que parecia menos porre do que Lewis. Colocamos ambos sentados no chão e ficamos os observando, então Lewis virou para o lado e começou a vomitar. Alex estava comentando o quanto a mulher era gorda e que ela precisava de uma lipoaspiração ou uma dieta das bravas.
- Vou chamar os meninos – Disse Ronny parecendo assustada com a situação.
 Lea e Eu nos entreolhamos, perguntando uma o outro o que fazer naquela situação.
 Só que ela foi piorando com o passar do tempo porque Lewis depois de vomitar caiu encima de seu vomito e ele não parecia muito bem, ele estava ficando verde, e Alex havia parado de gritar, e agora estava me encarando, eu realmente estava com medo, porque ele estava muito pálido, ele já era branco, estava muito mais branco, mas antes de poder falara alguma coisa ele apenas começou a vomitar, se Lea não estivesse encarando Alex também ela estaria banhada de vomito porque ele vomitou em nossa direção e em toda sua calça, depois caiu por cima de Lewis.
- O que é isso? Credo que cheiro horrível – Disse Wren assim que chegou junto com Ted e Ronny.
- Merda o que esta acontecendo com o Lewis, tirem o Alex de cima dele – Disse Ronny pulando para cima dos dois que estavam inconsciente. Lewis estava jogado encima do seu vomito e agora estava branco, e começou a ter algumas convulsões, e ficou completamente deitado sobre o seu vomito. Ronny havia puxado Alex para longe e estava passando a mão na costa de Alex para ver se ele ainda queria vomitar. Eu e os outros fomos ajudar Lewis, o viramos de barriga para cima e tiramos a sua camisa, seu corpo estava muito gelado, e não sabíamos o que fazer.
- Alguém tem alguma coisa doce? Ele entrou em coma alcoólico. – Disse Ted olhando para nós, ele realmente parecia já ter passado por isso.
- Eu tenho um pirulito, a senhora lá da frente me deu – Disse Lea passando um pirulito.
- Eu não aguento mais esse cheiro – Disse Wren afastando de Lewis.
- Droga, os seguranças – Disse Lea olhando para dois homens grandes se aproximando de nós.
- O que aconteceu? – Perguntou o que estava com uma lanterna, ele estava com um sorriso no rosto.
- Coma alcoólico – Respondi sem pensar enfiando o pirulito na boca de Lewis – Chupa seu gay.
- Acho melhor leva-los para a emergência, vocês estão como? – Perguntou o segundo segurança.
- Ele esta de carro – Respondi olhando para Lewis – Droga.
- Querem que chamemos um taxi? – Perguntou o segurança sem lanterna.
- Ninguém vai querer levar eles, eles estão todos vomitados – Disse o segurança, ainda sorrindo, com a lanterna.
- Algum de vocês sabe dirigir? – Perguntou o segurança sem a lanterna.
- Eu sei, mais ou menos – Disse olhando para os meninos.
  Eles sabiam que eu já havia tido algumas aulas de direção com um amigo, mas eles sabiam que eu não era exatamente bom motorista, só havia pegado no carro umas três vezes, todos pareceram aflitos com o fato de eu pegar o carro, mas era o único jeito de sairmos dali para levarmos os dois para a emergência.
 Assim que cheguei ao carro eu percebi que havia esquecido como ligava ele, eu estava realmente nervoso, olhei para o volante e comecei a me apavorar, eu realmente deveria ter bebido mais, enfie a chave e a girei, quando o carro ligou me assustei e acelerei rapidamente, por sorte o carro estava no freio de mão porque se não teria batido no carro que estava estacionado a frente, suspirei e tentei me acalmar meus amigos precisavam sair dali rapidamente. Lembrei o que tinha que fazer assim que tirei o freio de mão, sai da vaga devagar e dei a volta no local, quase atropelei algumas pessoas que estava chegando à festa. Não estava assim tão difícil até chegar em uma parte estreita em que havia uma descida, parei o carro e não consegui sair dali, só que haviam carros chegando logo atrás então não podia ficar parado por muito tempo, minha sorte foi que o segurança legal, sem a lanterna, pediu para descer com o carro, eu permitir e sai atrás do carro. Ele parou o carro um pouco distante de onde estávamos, então teríamos de carregar eles até o carro.
 - Temos que colocar eles atrás – Disse Wren abrindo o porta malas.
- É muito pequeno, é melhor eles irem no banco de trás – Disse Ronny parada enfrente ao porta malas.
- Me ajudem aqui – Disse Ted tentando levantar Lewis sozinho, quase caindo com ele – Ele é magro, mas os ossos grandes dele pesam.
- Eu não aguento ficar perto desse cheiro, vou vomitar também – Disse Wren com a mão da barriga.
- Para de frescura e ajuda – Disse Lea batendo na cabeça de Wren o fazendo ir para frente.
 Ronny, Ted, Wren e eu conseguimos carregar ele para dentro da carro, Lea estava lá dentro e nos ajudou a endireitar ele ali dentro, ele ainda babava e estava realmente malado de vomito, deixando o carro completamente empesteado. Depois carregamos Alex para dentro, com menos esforço porque ele era mais leve do que Lewis. Então eu assumi o volante, Ronny sentou ao meu lado no banco do motorista, ela iria me guiar até o hospital, Lea estava no banco de trás segurando Lewis e Alex para que eles não batessem muito a cabeça e Wren e Ted estava sofrendo no porta mala porque eles realmente não cabiam ali dentro juntos.
 A rua estava um pouco desertar por passar das duas da manha, mais cada vez que passávamos por um cruzamento era uma gritaria dentro do carro porque ninguém queria morrer naquela noite de comemoração, fio num cruzamento que nós ficamos assustados já que um carro praticamente nos bateu, eu não o havia visto e ele idem.
- Merda ele esta nos seguindo – Berrou Ted lá de trás.
 Aquilo não era algo bom de ouvir enquanto você esta nervoso dirigindo o carro da mãe de seu amigo. Ronny falava para eu acelerar e Lea para paramos em algum lugar e sairmos correndo, só que cada vez que um falava alguma coisa eu realmente não sabia o que fazer.
- Ele dobrou – Gritou Wren, pelo retrovisor eu o vi batendo em Ted. – EU NÃO QUERO MORRER HOJE CARALHO!
- DESCULPA – Berrou Ted, ele provavelmente estava sofrendo, porque o soco de Wren doía. Ele fazia academia e lutava karatê.
- É ali – Gritou Ronny para mim assim que avistou a emergência.
- Ta – Berrei de volta perdendo por segundos o controle do carro pelo susto que ela havia me dado, já que eu estava olhando para Ted e Wren brigando no porta mala.
 Entramos no estacionamento da emergência e eu dei um freio rápido, cantando pneus dentro de um lugar fechado, achei que não iria conseguir parar e estava com medo de bater no carro que estava estacionado a frente. Nós cinco paramos e ficamos estático por um momento provavelmente querendo saber se ainda estávamos vivos. Depois descemos do carro rapidamente, Ronny e Ted pegaram duas cadeiras de rodas enquanto Wren, Lea e eu tirávamos Lewis de dentro do carro ainda inconsciente.
- Vai rápido – Gritei para Ronny que saiu correndo empurrando a cadeira de rodas com Lewis.
 Nós quatro tiramos Alex do carro e o jogamos na cadeira de rodas. E Wren saiu correndo com ele para a emergência. Eu me joguei no chão de joelhos, com o pico de adrenalina que havia sofrido por dirigir um carro, quase ser seguido e quase bater o mesmo carro tudo em uma noite só. Lea se ajoelhou ao meu lado e começou a passar a mão na minha costa dizendo que eu havia sido ótimo, e Ted me trouxe um pouco de agua, o segurança da emergência perguntou se queríamos que ele estacionasse o carro e praticamente joguei a chave nele como se ela fosse um peço de ferro fervente.
- Onde será que eles estão? – Perguntou Lea assim que entramos no hospital.
- Provavelmente eles vão para a urgência, ou tomar alguma coisa – Disse Ted – Aposto minha vida que é por ali – Falou solenemente Ted apontando para o corredor.
- Esta escrito na placa inteligência – Disse Lea revirando os olhos, saindo em caminhada para a urgência.
 Assim que chegamos à área onde Wren e Ronny estavam com Alex e Lewis percebi que não eram os únicos em coma alcoólico naquele hospital, parece que estavam havendo muitas festas naquele sábado, pois haviam mais uns quatro ou cinco na cadeira de roda, dois inconsciente e outros três passando mal, um até chegou a vomitar na sala, fazendo Wren quase vomitar também pelo cheiro, uma mulher que estava com um na cadeira de rodas passando mal estava falando que haviam mais amiguinhos se juntando a ele, de uma forma muito engraçada como se o cara fosse uma criança, o rapaz apenas sorriu para nós e depois deixou a cabeça cair, os amigos deles riram e a mesma mulher comentou que ele havia tomado uma garrafa de tequila sozinho, isso sim era radical. Os cinco foram atendidos, Alex e Lewis ficaram tomando um soro de glicose enquanto nós três assistíamos aquilo como se fosse uma comedia porque Alex mesmo inconsciente gritava coisas estranhas e Lewis realmente parecia um bebe se livrando das mãos da enfermeiras enquanto elas tentavam achar a veia dele.
- Preciso de algo forte – Disse olhando para a situação dos dois ali.
- Somos quatro – Concordou Wren. Nós cinco saímos de lá deixando os dois na mãos da enfermeira.
- Não deveria ficar alguém com eles? – Perguntou Ted.
- Fica você então – Rebateu Lea.
- Não, os deixem lá mesmo – Nós cinco caímos na gargalhada enquanto saiamos para fumar um cigarro do lado de fora. Depois de tudo o que havíamos passado nós realmente precisávamos de um cigarro.
 Já estava clareando quando terminamos os cigarros, e então percebi que estava faminto, e não era apenas eu. Nós cinco descemos um pouco a rua e chegamos a um trailer de lanches de rua, sentamos na mesa e pedimos os lanches, ficamos conversando e imaginando como teria sido a festa se os dois não tivessem que ir para a emergência, e quando os nossos lanches chegaram nós praticamente os devoramos. Lea então pegou uma carteira que eu não sabia que ela tinha e tirou uma nota de cem reais, e comentou que aquela carteira era de Alex e que deveríamos pagar nossa comida com aquele dinheiro já que graça a eles nossa festa havia terminado muito mal. Todos concordaram e saímos dali gastando apenas o dinheiro de Alex. Quando voltamos para o hospital ambos já estavam melhor, com cor no rosto, Alex foi o primeiro a acordar, ele parecia completamente assustado por estar ali, e assim que levantou não falou nada, pegou os pertences que agora estava com Ronny e saiu dali se desculpando pelo o que havia acontecido.
 Lewis acordou ainda passando mal, mas o medico explicou que era tudo por causa da quantidade de álcool que ele havia ingerido na noite anterior e que provavelmente ele estaria bem melhor depois de um café da manha bem reforçado. Nós saímos dali e ele pedia desculpa e meio que aquilo já estava enjoando, afirmou que já conseguia levar o carro, mas ninguém o deixou tocar nas chaves então sobrou para eu levar o carro para a casa dele. O cheiro de vomito ainda era forte. Fomos com as janelas abertas fumando, e como Lewis não gosta de cigarros ele teve que aguentar calado porque havia nos dado muito trabalho naquela madrugada.
Assim que estacionei o carro na frente da casa dos pais de Lewis percebemos que estaríamos enrascados se eles nos pegassem daquele jeito, ele principalmente e nunca mais teria como sair de carro. Nós deixamos o carro alguns quarteirões depois no lava jato e voltamos andando para a casa de Lewis, se a mãe de Lewis, que não é nenhum pouco simpática com nós, iria nos ver, e principalmente, o visse todo sujo provavelmente iria perguntar do carro. Só que Lewis realmente precisava de um banho e mudar de roupas, de preferencias jogar a que ele estava fora. Por sorte já havíamos entrado na casa de Lewis pulando o muro, isso requer varias saídas para festas escondido. Descemos no quintal da casa dele e por sorte a cachorra de sua prima não estava lá, provavelmente a família havia ido para a praça perto da casa dele que era um ponto turístico da cidade. Entramos na cada de Lewis sorrateiramente, para realmente averiguar se não havia ninguém e por sorte dele não havia, subimos e nós cinco ficamos sentados na cama comentando sobre como seria engraçado se a mãe dele estivesse em casa e o pegasse daquele jeito.
 Só que então a ouvimos o chamando. Nós nos olhamos e ficamos em pânico. Ela não poderia nos pegar ali. E então começamos a correr pelo quarto procurando um esconderijo, Ted, Lea e eu nos escondemos embaixo da cama, Wren se escondeu no armário de Lewis e Ronny ficou atrás da estante de livros que havia no quarto, era um bom lugar já que ninguém procuraria nada ali.
- Já chegou? – Perguntou a mãe de Lewis entrando no quarto.
- Oi mãe – Ouvi Lewis do banheiro – É sim, deixei o carro na casa do meu amigo, não queria dirigir com sono ainda.
- Porque voltou tão cedo? – Perguntou ela parada em frente a porta do banheiro.
- Prometi ao papai que estaria em casa antes do almoço – Respondeu Lewis, ele provavelmente estaria se perguntando onde nós estávamos.
- Tudo bem, espero que traga o carro logo, quero ir fazer compras.
Só que nesse momento o celular de Wren tocou, só ele tinha o toque de uma serie que assistíamos no celular. Olhei para Ted e ele olhou para o armário, de onde estávamos dava para ver o armário e onde Ronny havia se escondido, assim que ouvimos os passos da mãe de Lewis se aproximando do armário, baixamos a colcha e prendemos a respiração. Acho que a mãe de Lewis viu o movimento da colcha da cama porque vimos ela começando a se levantar, mas então Lewis abriu a porta do banheiro.
- O que esta procurando? – Ouvi ele perguntar.
- Acho que seu celular esta aqui embaixo.
- Depois eu pego, deve ser a Ronny. Ela quer uma carona para casa.
- A Rosmenta? Vocês ainda se falam? – Perguntou ela, sentando-se na cama. Nós três nos entreolhamos e cobrimos a boca para não começarmos a rir.
- Sim – Dava para perceber na voz de Lewis que ele estava nervoso.
- Você esta bem meu filho? – Perguntou a mãe dele, ela parecia preocupada, talvez com o estado do seu precioso carro.
- Claro mãe, vou me trocar e já vou pegar o carro.
- Tudo bem, me encontrarei com o seu pai, ele esta com sua avó e seus tios na praça.
- Nenhuma novidade dominical – Diz Lewis parecendo agora entediado.
 Finalmente a mãe de Lewis saiu do quarto e contamos até vinte para que ela estivesse fora da casa também, saímos de nossos esconderijos e encontramos Lewis apenas de cueca parecendo confuso conosco saindo de baixo da cama e do armário, começamos a rir de quase sermos flagrados e de Lewis que ainda parecia porre demais para assimilar as coisas.
 Depois que todos tomaram banho e fomos até o lava jato pegar o carro, Lewis nos deixou em casa seguindo para o seu encontro com sua família na praça. Aquele sim havia sido um aniversario inesquecível. Não sabia o quanto.