Amor, tão perigoso.
Eu realmente gostava de Ted, ele era um ótimo
e carinhoso amigo, acho que de todos era o único que eu sentia uma vontade
imensa de ficar abraçado por ser tão meigo e tão fofo, e eu realmente queria
que ele tivesse uma namorada, não que namorar fosse algo que passasse pela
minha cabeça, mas eu sabia que ele merecia alguém que realmente desse valor na
pessoa que ele era.
Não fazia muito tempo que havia começado a
andar com Lea, ela não parecia gostar de mim, mais era amiga de meus amigos e
acho que nossa amizade surgiu por osmose, acho que você vai se apegando a
pessoa tão lentamente que você nem percebe o quanto depende dela até realmente
começar a depender. Eu há via ali tão bonita e companheira que não estava
percebendo o quanto Ted estava apaixonado por ela, não as mãos dadas, não os
chocolates que ele sempre comprava a ela, mas sim seus olhos, o jeito que ele a
idolatrava o jeito que ele a amava era tão fácil de odiar que você ficava
frustrado com aquele sentimento já que queria que alguém te olhasse daquele
jeito. Mas então eu comecei a sentir um
pouco de raiva de Lea, não pelo jeito que ele olhava para ela, mais pelo jeito
que ela tratava ele, não era da mesma forma, dava para ver o quão apaixonado
ela estava, dava para sentir o quanto ela não queria ele e com isso a vontade
de bater nela por isso aumentava a cada dia. O jeito que ela brincava com ele,
e o jeito que ele a seguia como se fosse sua dona.
-
Por isso eu nunca vou me deixar apaixonar – Disse Sam ao meu lado em minha
cama, estávamos deitados ali porque tínhamos acabado de almoçar.
-
Acho que nunca vai levar muito tempo – Disse virando meu rosto para encara-la.
Eu sabia que Sam estava mentindo porque ela já
havia se apaixonado por um garoto. Ficávamos conversando muitas vezes e poucas
ela mostrava como realmente era, ela parecia olhar para você e dizer “Que se
Foda” mais no fundo ela se importava bastante com você única e exclusivamente
porque era dela isso, ela sempre queria saber o jeito que as pessoas estavam,
ou sempre queria se sentir querida, mas sua capa até que estava bem resistente
e parecia realmente convincente, mais só algumas pessoas conseguiam ver que não
era assim, pessoas verdadeiramente próximas dela.
-
Vejamos, eu nunca me apaixonei assim por ninguém – Disse a ela enquanto
levantava da cama indo até minha estante pegar a carteira de cigarros.
-
Rola um? – Perguntou ela me olhando. Sam estava sem o sutiã, como sempre fazia
quando vinha gazeta aula em minha cama, ficamos ouvindo musica e falando de
como os meninos eram uns fudidos e de como nós ainda andávamos com eles.
-
Sempre – Disse colocando um cigarro na boca e jogando a carteira nela.
-
Alguém estava caminha e você nem me falou? – Perguntou ela assim que ouvimos a
campainha tocando, nós dois saímos andando até a porta para atender.
-
Oi – Disse Ted entrando em casa quase empurrando a porta para cima de nós.
-
Claro que pode entrar – Disse assim que ele se sentou no sofá.
-
O que aconteceu com você? – Perguntou Sam enquanto íamos até Ted na sala.
-
Eu estou um tanto nervoso – Disse ele mordendo os lábios olhando de mmim para
Sam.
-
E podemos de ajudar? – Indaguei. Quer dizer Ted havia aparecido ali ninguém
sabia da onde e sem avisar e parecia transtornado.
-
Eu... Eu...
-
Fala logo – Disse Sam dando uma tapa no rosto de Ted.
Pude ver que Sam estava ficando mais do que
impaciente naquele momento, só que ela não conhecia Ted a tanto tempo quanto eu
conhecia, ela não sabia que quanto ele fazia algo ruim ou algo que não estão
nas regras ele ficava assim atônito, como se não conseguisse nem pronunciar o
que ele havia feito. Uma vez ele havia roubado a prova de física numero dois
para nós e ficou se punindo durante uma semana porque a professora que odiava
Wren estava com mais raiva ainda de não poder reprova-lo naquela matéria, quase
que Ted fica sem comer, ele quase desmaiou quando viu a professora encarando-o
já que ele estava fazendo isso com ela a muito mais tempo.
-
Eu beijei um garoto – Disse ele olhando para mim parecendo perplexo consigo
mesmo.
-
Como é? – Perguntamos eu e Sam junto, ambos levando a mão a boca, só que eu
continuei – Um garoto? Do que você esta falando?
-
Eu beijei, foi sem querer, e eu nem queria, ele quem veio para cima de mim,
quer dizer, eu não sei o que aconteceu, eu apenas ajudei ele a levantar e
depois ele estava me agarrando na grade, eu fiquei sem saber, estava bom.
Ele fez uma pausa e ficou olhando para mim,
depois que se tocou do que havia falado ele levou à mão a cabeça.
-
Ai merda, eu beijei um garoto, e gostei! – Praticamente gritou Ted, ele estava
mais do que confuso.
-
Eu pego a vodca – Disse Sam saindo para meu quarto.
Me aproximei de Ted e ele parecia completamente
perturbado, segurei em sua mão e me ajoelhei a sua frente, depois alisei o
cabelo dele e desci a mão para o seu ombro dando-lhe tapinhas carinhosos, eu
não sabia muito bem o que dizer a um garoto que havia acabado de beijar um
garoto e disse que havia gostado.
-
Muito bem, me conta toda a história – Disse tentando não rir na cara de Ted,
ele realmente parecia mal com aquilo.
-
Tudo bem – Ele suspirou e fechou os olhos. Eu realmente fiquei com mais vontade
de rir ainda, só que continuei a me controlar. – Eu estava saindo da faculdade
e ia encontrar com o Andy e o Lewis, eles iam para algum lugar. Então eu estava
mexendo no celular digitando eu já estava saindo quando eu dei de cara com o
garoto. Nós dois caímos no chão e nossas coisas foram para todo o lado, eu me
levantei rápido e peguei meu celular, só que eu vi que o menino ainda estava no
chão recolhendo as coisas dele, segurei no braço dele e o ajudei a levantar, só
que ele acabou se desequilibrando e caiu encima de mim, por acidente, e então
enquanto ele pedia desculpas ele simplesmente avançou em mim e me beijou.
Fiquei sem saber o que fazer, sério, só que eu comecei a corresponder e nem
estava entendendo o porque.
-
Que gay! – Disse Sam quando voltou com a vodca, estava tão concentrado na
historia de Ted que nem reparei que ela havia voltado.
-
Não! – Disse olhando para Sam que deu de ombros depois nos servindo de vodca –
Não quer dizer que você seja Gay Ted, apenas aconteceu.
-
isso não deveria ter acontecido Ville – Disse ele me olhando como se estivesse
muito decepcionado com o que eu havia falado – Quer dizer, eu sei que estou
carente e que nunca mais fiquei com ninguém, mais eu não sou gay.
-
Então é isso, você só esta carente – Disse sorrindo para ele, Sam concordou – E
nem foi você quem beijou ele, ele quem te beijou, fica calmo Ted.
-
Tudo bem, acho que quero um pouco de vodca – Disse Ted olhando para a garrafa
azul que Sam tinha na mão.
Eu e Sam passamos o resto do dia confortando
um Ted que se intitulava homossexual por ter beijado um garoto e ficamos rindo
de como ele estava realmente triste com aquilo, ele foi embora junto com ela e
eu fiquei em casa, estava de férias do curso preparatório pelo final de
semestre então não teria de fazer mais nada até no ano que vem o que me deixava
meio mal. Estava em meu quarto ouvindo musica quando ouço meu celular tocar.
“Oi”
era tudo o que dizia na mensagem, só que eu não tinha aquele numero nos
contatos.
Respondi com um “Oi” também.
“Como
esta essa noite?” Perguntou a pessoa com outra mensagem.
“Normal
e até um pouco quente demais. Com quem estou falando?” Respondi.
“Tate”
Ele respondeu.
Foi nesse momento que eu parei e fiquei
olhando para o celular, não falava com Tate faziam duas semanas naquele dia,
nem sabia se a pastora estava viva ou não, mas decide não recuperar o contato
com ele, tudo bem que Tate era bonito e eu gostava do fato de ele tocar
teclado, mas eu realmente não queria me apegar a uma pessoa que tinha uma mãe
perturbada que havia tentado me matar.
“Há,
Oi” Respondi, eu meio que estava com saudades dele. Sim só havia beijado e
conversado com ele uma vez só que pareceu ser varias vezes.
Só que tanta vodca e conversa com um amigo me
deixou com tanto sono que acabei dormindo e só acordei no outro dia com a
campainha tocando descontroladamente.
-
Oi – Disse abrindo a porta, sendo empurrada para trás quanto Andy, Lewis, Leo e
Wren entraram em minha casa, os três estavam muito suados e pareciam que haviam
corrido por muito tempo. – Bom dia.
-
Fecha isso – Praticamente gritou Leo para mim, e eu acabei fazendo com susto.
-
O que houve? – Perguntei olhando para os quatro ali tão assustados.
-
Eu tinha um encontro – Leo falou quase sem folego, ele estava com a mão na
barriga.
-
E você levou esses três patetas com você? – Perguntei olhando para os outros
três que estavam com a mesma aparência cansada – E foram vocês que saíram
correndo? Se eu fosse a garota eu quem sairia correndo.
-
Sem gracinhas Villeroi – Disse Wren se jogando no sofá – Leo ligou para mim e
eu estava na casa do Andy jogando vídeo game com o Lewis.
-
Você tem um vídeo game na sua casa – Disse sem entender.
-
Mais o do Andy é melhor – Disse Lewis dando de ombros para Wren que confirmou
com a cabeça.
-
Enfim – Disse Leo nos tirando daquela discursão de qual vídeo game seria o melhor.
– Eu tinha esse encontro, eu estava conversando com essa garota a muito tempo
pela internet, nós tínhamos muito em comum.
-
Bandas de Heavy Metal – Disse Wren.
-
Zelda – Completou Lewis.
-
Ela também gostava dos meus mesmo filmes – Disse Leo, ele parecia decepcionado
com aquilo.
-
Tudo bem, e o que isso tem de ruim? – Perguntei sem entender, não era isso o
que todo mundo queria de uma pessoa?
-
ELA ERA UM CARA, cara – Disse Leo desesperado – E ainda menor de idade, ou
seja, eu fui encontrar com ela/ele e acabei conhecendo o pai dele.
-
Quem é Tate? – Perguntou Andy vindo do meu quarto.
-
Um garoto que eu conheci – Disse depois olhando para Leo – Como assim? O pai
dele?
-
Sim o pai dele. E ele tinha uma arma – Disse Leo, ele aprecia completamente
transtornado com aquilo.
-
Ele quer vir aqui, vou mandar o teu endereço – Disse Andy, só que eu não estava
muito bem prestando atenção no que Andy estava falando, e sim no que Leo havia
dito.
-
Ta. Como assim uma arma?
-
Não era só uma arma, era uma espingarda imensa – Disse Lewis, ele também estava
parecendo muito aflito com aquilo.
-
Como vocês sabem? – Perguntei olhando para Wren e Lewis.
-
Ele está vindo – Falou Andy, ele estava meio desligado de nossa conversa muito
seria.
-
Bom, depois que eu vi que o cara tinha uma arma eu sai correndo, o cara me
seguiu e conseguiu acabar com o meu pneu antes de eu conseguir sair com o
carro, fiquei escondido em um latão de lixo e liguei para eles. Só que quanto
Lewis apareceu para me pegar no shopping o Andy fez um escândalo porque eu
estava todo sujo e eles estavam no carro de Andy. O cara viu aquilo e começou a
atirar, nós saímos de lá correndo e só paramos quanto chegamos aqui.
-
O que? – Praticamente gritei enquanto ele me contava aquilo – Vocês o trouxeram
para a minha casa?
-
Claro que não – Disse Wren – Nós não somos idiotas.
Quando a campainha tocou, nós cinco gritamos.
Lewis praticamente implorou para que eu não fosse atender, mas acho que um cara
com uma espingarda não tocaria a campainha para entrar em minha casa, foi até a
porta e quando abri vi Tate ali, todo bonitinho com um suéter e uma calça
social, tão diferente de quando eu havia o conhecido.
-
Há, foi – Disse olhando para ele sem acreditar. – Como você chegou aqui?
-
Você me mandou o seu endereço – Disse ele sorridente. Aquele sotaque que ele
tinha me deixava tão encantado.
-
Como assim? – Perguntei sem entender.
-
Eu perguntei se poderia vir te ver, e você falou que sim, e então eu pedi o seu
endereço e você me deu – Disse ele sem entender muito bem o porquê da minha
reação ser daquele jeito.
-
Há – Disse olhando para trás vendo Andy com o meu celular na mão, provavelmente
jogando. – Tudo bem, você quer entrar?
-
Claro – Respondeu um sorridente Tate.
-
Oi Tate – Disse Leo levantando para falar com ele.
-
Tudo bem com o teclado? – Perguntou Tate ainda sorrindo.
Olhei para Wren e ele estava sorrindo de uma
forma muito estranha para mim, eu sabia o que ele estava bolando na cabeça de
algum modo, mordi os lábios e então abri a porta para sair para a varanda, só
que todo aconteceu muito rápido. Um homem de bigode com uma espingarda na mão
me empurrou para trás me fazendo cair e então engatou a bala fazendo com que
todos olhassem para nós.
-
Eu sabia que tinha vindo para cá, eu sinto o seu cheiro de longe – Falou o cara
com uma voz tão grave que me assustou. Ele não era exatamente pequeno, deveria
ter um e noventa de altura e era muito vermelho, ou estava muito vermelho pela
ocasião, só que toda a minha analise acabou quando ele apontou a espingarda
para onde Leo continuava sentado, ele estava tão atônito sentado ali que eu
acho que ele nem percebeu que estava se urinando todo.
Sabe aqueles momentos de filme de terror que
tem todo aquele suspense, quando o serial killer acha o grupo de estudante que
estava casando por algum motivo muito idiota e deixa eles morrendo de medo
implorando por suas vidas enquanto ele se delicia com aquela cena ridícula de
todo mundo junto chorando ou gritando ou seja lá o que? Pareceu muito conosco
ali naquela sala, Andy estava com o meu celular na mão só que eu realmente
achava que ele não era inteligente o suficiente para digitar para a policia
enquanto estávamos ali parados, e mesmo que ele ligasse, assim que eles
chegassem nós já estaríamos mortos, ou pelo menos Leo estaria. Wren e Tate
estavam olhando para o cara com medo nos olhos e também não era para menos, se
ele atirasse e erra-se poderá pegar nos dois porque Leo estava sentado no sofá
exatamente no meio dos dois. E Lewis
estava me deixando com vontade de rir com aquela cara por-favor-não-me-mate
para o cara, ele era o único que estava atrás de alguma coisa, de algum modo
ele acabou parando atrás da poltrona, bem atrás do corpo de Leo. E eu ali
pensando no que poderia fazer naquele momento tentando processar o que
aconteceria conosco.
Mas nem foi preciso muita coisa, o cara com a
arma de repente caiu no chão, só que não ouvimos disparo algum, assim que olhei
para trás vi Sam e Ted, ela estava com umas pedras grandes na mão assim como
ele, foi então que eu reparei que Sam havia acertado uma pedra na cabeça do
cara, uma pedra não um tijolo completo.
-
Que porra é essa? – Perguntou Sam jogando as pedras pela porta.
-
Ele estava tentando me matar – Disse Leo olhando para a sua calça, ele estava
ficando vermelho – Será que você tem uma calça para me emprestar Ville?
-
Sempre, no meu quarto – Disse, Leo saiu correndo dali da sala.
-
Ele esta morto? – Perguntou Lewis levantando de trás do sofá.
-
Pode até não esta, mais esta sangrando muito – Disse Ted avaliando o corpo mais
de perto.
-
Pegue a arma dele, ele pode acordar – Disse Sam apontando para a espingarda
ainda na mão do cara caído.
-
Qual é o nome desse ser? – Perguntou Tate olhando dele para nós enquanto Wren
pegava a espingarda.
-
Nós não sabemos – Disse Wren admirando a espingarda – Vamos ter de esconder
isso.
-
E onde o deixamos? – Perguntou Lewis olhando para o cara sangrando no chão da
minha sala.
-
Na floresta? – Perguntou Sam olhando para nós.
-
Algo importante. Não deveríamos chamar a policia? – Perguntou Tate olhando para
nós assustado.
-
nunca chame a policia, você sempre é preso por algo que você nem sequer fez –
Disse Sam olhando para nós – Vamos deixar ele na floresta.
-
Você tem quantos anos? – Perguntou Tate olhando para Sam.
-
Muito mais do que você mentalmente – Disse Sam olhando de Tate para nós – O que
o filho da louca esta fazendo aqui afinal?
-
Eu convidei – Eu e Andy falamos juntos.
-
Então segura a perna dele, Lewis o ombro, vamos gente – Disse Sam empurrando os
meninos para carregar o cara grande.
Mas o homem inconsciente era muito mais pesado
do que pensávamos, Eu, Lewis, Ted, Wren, Leo, Andy e um muito duvidoso Tate
tivemos que leva-lo até o carro de Ted e saímos em direção à floresta. O que na
verdade não é exatamente uma floresta, é um parque ambiental aonde os
adolescentes da cidade vão para passar os fins de semana e às vezes algumas
comemorações de família, vamos lá quase sempre quanto tem festa e é sempre uma
das melhores porque quando queremos algo a mais podemos ir para a parte mais
densa, onde tem arvores maiores, é uma reserva podemos dizer assim.
Leo foi contando a historia de como ele havia
conhecido a Willow, uma menina linda, ruiva, com peitos grande e sarda no rosto
que falava coisas que ele queria ouvir e meio que acabou se apaixonando por
ela, o único que conhecia a querida Willow era o Wren, ele já havia falado com
ela muitas vezes, mais ninguém ainda havia desconfiado de que ela na verdade
era ele, o que levou Leo a marcar o tão desastroso encontro, eles iriam ao
cinema ver um filme que eu realmente não entendo o nome de tão estranho que é,
só que então ele se deparou com um garoto ruivo e magrelo e sardas, o garoto
sorriu para e ele e disse, “Oi Leonard, meu nome é Willow”, Leo acabou falando
com o garoto e o garoto falou que estava tentando se igualar ao seu corpo e que
havia achado a foto da garota em um site e que logo ele iria ficar parecido com
a menina da foto, ele iria mudar de sexo assim que conseguisse dinheiro
suficiente para fugir de casa. Só que então o pai grandão do menino apareceu
com a espingarda e quanto viu Leo com o filho começou a surtar dizendo que ele
era o garoto que estava pervertendo o seu filho para um caminho que não era de
Deus e que ele merecia morrer por aquilo. Quando o cara sacou a arma Leo saiu
correndo para uma das ruelas que ficavam perto do cinema e acabou se escondendo
no latão de lixo.
-
E então eles apareceram – Disse Leo, ele já estava um pouco exausto de comentar
a sua historia dava para ver.
-
O cara ainda esta inconsciente? – Perguntou Sam, ela não parecia muito ligada à
história de Leo.
-
Sim, e pelo visto vai continuar, não deve ser muito fácil receber uma tijolada
na cabeça – Disse Wren que estava olhando para o porta-malas com um tijolo na
mão para caso se o cara acorda-se.
-
Quem vai ficar com aquela espingarda? – Perguntou Ted olhando pelo retrovisor
para nós.
-
Posso deixar ela escondida em meu sótão – Disse mordendo os lábios.
-
Você deveria se livrar dela – Falou Tate ao meu lado.
-
Pode ser útil – Disse Sam desencostando do banco e olhando para Tate – Para de
ser tão filho da mãe e relaxa um pouco, tira esse moletom, ta parecendo um
idiota.
-
Sam – Disse olhando para ela, mais tanto Lewis quanto Wren estavam rindo.
-
O que será que vai acontecer com o carro do Andy? – Perguntou Ted enquanto
estava chegando à área da floresta.
-
Espero que ele não fique mais ferrado do que já esta – Disse abrindo a porta
assim que o carro parou.
-
Ele não vai ficar, pelo menos não tem como, pode-se dizer que foi uma tentativa
de assalto – Disse Sam, ela realmente não estava em um bom dia.
-
Ele não sabe mentir tão bem quanto você – Disse Ted abrindo o porta-malas,
todos nós ficamos olhando para o cara desmaiado ali com um pedaço de pano
amarrado na cabeça que colocamos antes de jogarmos no porta-malas, o
sangramento estava melhor.
Nós seguimos para dentro da floresta até
acharmos um lugar um tanto distante das crianças que circulavam por ali fazendo
trilhas, Sam colocou um pouco de terra encima dele e o disfarçou bem como se
ele tivesse sido espancado até ficar inconsciente enquanto nós fumávamos um
cigarro sentado em uma arvore caída, já estava escurecendo e precisávamos
voltar para casa e limpar a bagunça que havia ficado lá.
-
É uma mensagem do Andy – Disse Ted lendo o que estava na mensagem, pelo jeito
que ele arregalou o olho não parecia boa coisa.
-
Ele definitivamente não sabe mentir – Disse Wren que lia também a mensagem
pelas costas de Ted.
-
O que houve? – Perguntou Leo um tanto inquieto com o que havia na mensagem.
-
Bom eles sabem que você estava com o cara no shopping – Ted encarou Leo por
segundos e então suspirou – E eles estão tentando entender o que aconteceu, o
porquê de tudo aquilo.
-
Merda – Disse Leo levantando – Eu nunca mais falo com ruivas com peitões.
-
Você nunca deveria falar, elas são sempre muito tensas – Disse Sam dando de
ombros para nós que não entendemos o que ela havia falado.
-
O que eu faço agora? Eu posso ser preso – Disse Leo.
-
Não, se você não fez nada com ele pela internet você não pode – Disse Lewis.
Leo sentou de novo um pouco cabisbaixo, isso
queria dizer que ele havia sim feito alguma coisa com o garoto pela internet, o
que agora não seria muito bom já que tínhamos um cara inconsciente na floresta.
-
Ele pode fugir – Foi Tate quem disse e eu pude ver a cara de supressa de Sam
com o que ele havia falado.
-
Até que você pensa – Disse Sam sorrindo pela primeira vez para Tate naquela
dia.
-
Quando você tem uma mãe pastora e que não aceita sua homossexualidade você tem
que aprender como se divertir – Tate deu de ombros e eu pude ver que ele ficou
um pouco vermelho com o que ele havia acabado de compartilhar conosco.
-
Podemos usar a ideia dele. – Comentou Lewis – Seria bom você se esconder um
pouco.
-
Para onde eu iria? – Perguntou Leo meio sem esperanças de como iria fugir.
-
Quanto temos? – Perguntou Wren pegando a carteira.
-
Não é hora para bebidas – Disse Ted.
-
Não é isso, quanto é para encher o tanque do seu carro? – Perguntou Wren.
-
Ele esta cheio, minha avó fez isso ontem, mas o que tem isso haver?
-
Ele pode ir para a sua casa, na ilha,
assim ninguém encontra ele e ele pode ir no seu carro, vamos para lá semana que
vem mesmo, ele só precisa de dinheiro para se alimentar até chegarmos lá.
-
Tenho vinte – Disse Sam tirando o dinheiro de sua calcinha, ela deu de ombros
quando olhamos para os eu lugar de guardar o dinheiro – O que? É o melhor lugar
para guardar.
-
Ninguém mete a mão ai mesmo – Disse Ted dando uma risada estranha.
-
Isso não vem ao caso – Falei. Sam não era muito de guardar respostas como
aquela – Eu tenho vinte também.
-
Eu tenho cinquenta – Disse Lewis dando para mim o dinheiro.
-
Também – Disse Wren me passando o dinheiro.
-
Acho que é o suficiente para ele passar a semana. – Disse dando o dinheiro para
Leo que nos olhava como se fossemos loucos.
-
Dá para você sobreviver – Disse Ted.
-
Eu não posso, como eu vou fazer isso.
-
Entrando no carro e começando a dirigir – Cuspiu Sam.
Leo questionou um pouco mais depois aceitou já
que ele entraria em problemas se ficasse na cidade mais alguns dias, a sorte de
tudo era que sua mãe estava viajando a trabalho e ele já havia falado que iria
viajar conosco então tudo se encaixava. Então ele entrou no carro e foi embora
para a casa de Ted na ilha e nós voltamos para minha casa para limpar ela.
Lewis e Wren foram embora logo depois porque
Andy ligou para eles dizendo que poderiam voltar para a casa dele para jogar já
que sua mãe não havia surtado por causa do carro já que a culpa não era dele e
havia toda uma pericia que havia confirmado que tinha sido um assalto. Ted saiu
junto com Sam assim que terminamos de organizar minha casa, ele iria levar ela
para casa já que ela não tinha como voltar
e Ted havia pedido para seu tio lhe dar uma carona para casa, todos nós
concordamos em dizer que o carro de Ted estava na oficina e não iria sair de lá
por causa do feriado que estava se aproximando.
Restou apenas eu e Tate em casa, eu realmente
não sabia o que fazer com ele ali, só que ele havia aceitado o conselho de Sam
e estaca sem o moletom e com as mangas da camisa comprida levantada, ele
parecia o garoto que eu havia conhecido naquela noite. Nós ficamos conversando
um pouco no sofá e então ele me beijou de novo, foi inesperado e eu não sabia
como lidar com aquilo, eu estava realmente sentindo algo por ele e isso me
assustava pelo modo de como as coisas haviam terminado da ultima vez.
-
Será que o cara esta vivo? – Perguntou Tate deitado com a cabeça no meu colo na
minha cama.
-
Acho que sim – Disse dando de ombros, eu não queria saber do cara, e sim de
Tate.
-
Passar o dia com você é interessante – Disse ele levantando e encostando-se na
parede assim como eu estava.
Ele sorriu para mim e me beijou de novo, só
que dessa vez um pouco mais intenso, fiquei sem ação e podia sentir que Tate estava
ficando um pouco mais solto e um tanto mais excitado com aquela situação.
-
Acho que isso é bom – Disse assim que ele desgrudou os lábios do meu.
-
Eu quero repetir.
-
O dia?
-
E muito mais coisas – Disse ele voltando a me beijar.
Quando ele finalmente dormiu já estava
começando a amanhecer, e eu estava encrencado porque estava encarando aquele
rosto tão bonito ali, adormecido, do meu lado.
Acho que estava apaixonado. E isso não foi
nenhum pouco bom de descobrir.