Pastores, sempre tão radicais.
As férias do ano passado havia sido uma das
melhores que já tivemos. Eu havia ido para uma ilha que ficava perto da cidade
com minha família e descobri que a família de Andy também havia ido passar
férias na mesma ilha, o que me deixou mais empolgado foi o fato da mãe de Andy
ir embora e deixar a casa para o filho e os amigos que haviam ido com ele, Lea,
sua irmã Lola e o namorado da irmã Opa – era o apelido do menino, já que o nome
dele de verdade era Opalas Francisco Junior, para ficar mais fácil e mais
bonito, acabou virando um apelido – o novo amigo, e possível ficante de Lea,
Peter, além de Wren e Ted que chegaram ao mesmo dia em que eles chegaram.
Peguei minhas coisas e falei para minha tia que iria dormir na casa de um amigo
e só voltava na terça feira para casa, com eles de ônibus porque estava
inscrito em uns curso que valiam para entrar na universidade.
A ilha era realmente boa, quer dizer, havia
praia, havia algumas comidas típicas, e bons bares, nós ficávamos quase sempre
na praia fumando enquanto os casais, Opa e Lola, e possivelmente Lea e Peter,
ficavam flertando um com o outro. A parte ruim de tudo aquilo, era Ted, ele e
Lea haviam tido um pequeno romance muito antes das férias, e ver um amigo mal
por causa de outro amigo é algo que não nos deixava bem, Wren sempre tentava
nos tirar de lá, mas Andy queria ficar porque ele havia gostado da amizade de
Peter e queria conversar com ele, só que Andy nunca se tocava do que acontecia,
então quase sempre tínhamos de aguentar, na verdade Ted tinha que aguentar.
Quando finalmente a noite caiu, nós fomos para
um bar onde tocava rock, um bar realmente bom à beira da praia, ou seja, o
lugar era realmente bonito, o céu estrelado, a brisa, a musica, as cervejas, os
cigarros, os amigos, deixavam o clima muito bom. Enquanto conversávamos e
bebíamos três amigos se sentaram a mesa do lado, duas meninas e um menino. Ele
era bonito e tinha um estilo legal e fumava um cigarro mentolado, naquele
momento minha vontade de fumar um cigarro mentolado foi muita. Já a amiga dele,
a morena com seios grandes, estava com uma cara meio porre e também fumava o
cigarro mentolado, eles conversavam com a musica alta sobre a coisa, e eu ali
realmente querendo um cigarro mentolado. Andy então começou a bater papo com a
outra garota que estava com eles, ela era loira e baixinha. Wren me deu uma
leve cotovelada e falou que Andy provavelmente iria pegar a garota. Já Ted
disse que ele não teria chances, e apostamos uma cerveja, eu apostei junto com
Wren que ele a pegaria, e Ted nos pagou depois,
Andy não só conseguiu ficar com a garota como
conseguiu para nós cigarros mentolados e eles se juntaram a nós, foi assim que
eu acabei conhecendo Jonnhy e Leona. Ou como gostávamos de chama-los LeJon.
No outro dia acordamos preparados para beber,
como uns faziam o almoço e outros arrumavam a casa, ficava mais organizado, o
meu café da manha, assim como o de Opa, era o cigarro, acordávamos procurando a
carteira de cigarros. Passávamos o dia na casa, as vezes brincando de baralho,
enquanto Opa e Lola transavam no quarto, ou então ficávamos ouvindo musica no
Ipad de Peter, até que chegava a noite e começávamos a juntar dinheiro para
comprar bebida para enchermos a cara, acabamos comprando varias e ficamos em
casa naquela noite ninguém queria gastar no bar, convidamos Jonnhy, Leona e
Gabriela, a menina que Andy havia pegado na noite passada, acabou que eles
transaram no banheiro enquanto eu dava encima de Leona e ficávamos porres com
mais e mais bebidas, depois que os três foram embora, todos foram dormir menos
eu e Andy que ficamos brincando de baralho até oito da manha, quando Lea
apareceu na cozinha, ela havia ido dormir cedo na noite anterior junto com
Peter.
Quando as férias terminaram, estávamos com
novos amigos, Andy estava namorando com Gabriela e Lea estava namorando com
Peter. Só que depois que voltamos para a cidade as coisas foram desencaminhando
devagar.
Duas
semanas depois que nossas aulas voltaram Peter ficou mais distante possível de
Lea e isso a deixou muito mal, porque querendo ou não ela se apegava muito
fácil a seus namorados, eu não a culpava porque todos eram realmente
interessantes. Houve um que estudava Química na faculdade que desejávamos entrar,
ele era realmente bonito e fumava o dobro de cigarros que nós fumávamos na
semana, ele era bom na cama, era quase sempre o que ela falava, só que Lea não
havia se tocado que era isso o que ele mais gostava de fazer com ela e quando
surgiu uma bolsa inesperada para ele estudar fora ele aceitou sem ao menos
compartilhar isso com ela, ele foi embora e tivemos um mês meio sombrio com uma
Lea realmente deprimida. Depois houve o garoto que estudava medicina em uma
dessas faculdades boas e extremamente boas que morava perto de sua casa, eles
curtiram dois meses maravilhosos até ele trocar ela por uma menina com um carro
legal e um pouco mais rechonchuda do que o normal, então lidamos com uma Lea
realmente psicótica com o fator comida. E antes de viajarmos ela conheceu Peter
que frequentava algumas aulas junto conosco em nossa escola preparatória, eles
começaram apenas brincando de que se gostavam e haviam muitos bilhetinhos
carinhosos nas aulas chatas, mas depois das férias que passaram juntos ele se
cansou dela, a deixando realmente abatida.
Eu estudava em uma escola muito reconhecida no
estado, estava em um curso preparatório para a faculdade, junto com Ronny, Lea
e Andy. Nós sempre matávamos as ultimas aulas e íamos fumar em uma praça perto
do centro. E já que a escola se situava em um centro de ensino, ficava perto
também do campus da faculdade de Wren e Ted e eles sempre nos encontravam na
praça depois das aulas. Assim como Jonnhy e Leona que estudavam em outra escola
preparatória, assim como nós.
-
Que legal, conseguimos reunir todo mundo – Disse Ronny assim que Sarah e Sam
chegaram.
-
Claro que sim – Disse Sam pulando encima de mim, fazia muito tempo que não via
Sam.
-
Nós estamos aqui para decidir como vai ser nossa viagem.
-
Nós ainda vamos? – Perguntou Lea.
-
Claro que sim – Ted parecia elétrico por causa de outra viagem com a turma –
Nós vamos para a minha casa, a ilha ano passado foi muito bom e esse ano tem de
ser melhor, as S.A.S vão, assim como o Lewis e a Ronny.
-
Ano passado foi bem melhor – Disse Lea parecendo deprimida.
-
Tudo por causa do Peter – Dissemos eu e Wren juntos, batendo as mãos no ar
depois.
-
Qual é amiga, ele só queria te usar – Disse Sarah sentada ao meu lado.
-
Já sei! Nada de falar do Peter – Disse olhando para o pessoal – Devemos ver
quanto vai custar para cada um.
Estávamos planejando voltar para a ilha nas
férias que estavam por vir, só que não poderíamos ir para a casa de Andy porque
ele havia desistido da faculdade que estava fazendo deixando sua mãe uma fera.
Andy era um garoto realmente especial, não no sentido mental, talvez um pouco,
quer dizer, ele era brincalhão ao extremo e meio dependente de Lea, a culpa não
era dele, ela era realmente o tipo de pessoa que te deixava dependente. Só que
ele ainda estava abatido com Gabriela, ela também havia deixado ele para voltar
com o seu ex-namorado, só porque ele tinha mais dinheiro do Andy, o que na
verdade era injusto porque ele ainda estudava e realmente não tinha condições
de se sustentar com isso.
-
Perdi muita coisa? – Perguntou Lewis chegando junto a nós completamente suado.
-
Talvez, mas não perdeu muita coisa – Comentou Sam enquanto acendia um cigarro.
Havia conhecido Sam uns dois anos trás, para
fugir da educação física eu entrei para o coral da escola e ela participava,
com as mesmas intensões das minhas, ela era bem menor do que estava agora, e
tinha os cabelos loiros e encaracolados, parecendo uma garotinha ingênua,
depois de começar a falar com ela eu percebi que ela realmente era o completo
oposto do que aparentava ser, se revelou uma grande amiga logo depois de alguns
cigarros escondidos no estacionamento da escola. Depois que me formei junto com
Ted, Andy, Wren e Ronny ela foi a única pessoa que eu continuei mantendo
contato naquela maldita escola porque ela era a única que realmente valia
apena.
Conheci Sarah, sua irmã, um anos depois,
estava esperando Sam em um parque de diversões quando ela chegou com a irmã e a
apresentou, parecia que já nos conhecíamos porque nossa amizade fluiu de um
jeito muito inesperado, ela era realmente companheira e sempre se importava com
o meu estado de espirito, e começou a entrar em nosso grupo porque foi se
familiarizando com o resto do bando pouco a pouco.
-
Oi pessoal, demorei mais cheguei – Disse Leo sentando ao lado de Lewis, o
abraçando.
Finalmente o grupo estava realmente completo,
Leo era a ultima pessoa que faltava dele.
Conheci Leo um ano depois de me formar na
escola, ele era o melhor amigo de Wren, e devido Wren participar de uma banda
junto de Leo era meio impossível ele não se juntar as nossas reuniões casuais
já que Wren sempre aparecia depois dos ensaios. Ele acabou se mostrando muito
companheiro, muito interessado em ser nosso amigo.
-
Quando vamos? – Perguntou Ronny.
-
Ainda não decidimos – Disse Ted parecendo realmente compenetrado em descobrir qual
de nós realmente iria, eram as férias da escola, aquilo realmente era
importante, íamos comemorar um ano novo que estava quase chegando.
A ideia surgiu em uma mesa de bar, estávamos
todos comemorando o fato de estarmos sóbrios fazia duas semanas, naquele tempo
festejávamos qualquer coisa, e pensamos que uma viagem no inicio do ano seria
fantástico, então Lewis deu a ideia de irmos para a ilha comemorar isso e
deveríamos alugar uma casa para isso, só que então Ted veio com ideia de pedir
a casa de seus avós emprestada para curtimos e nos prendemos a essa ideia, só
que teríamos que arranjar um jeito de nos sustentarmos sem destruir a casa dos
parentes de Ted.
-
Bom eu não vou poder ir – Disse Leona parecendo bem triste com aquela noticia.
-
O que aconteceu? – Perguntou Wren parecendo tão decepcionado quanto o resto de
nós.
-
Eu vou ter de ir para a casa de uns parentes.
-
O que reconforta ela é que eu vou junto – Fala Jonnhy dando de ombros enquanto
soltava a fumaça.
-
Então são duas pessoas a menos – Disse Ted riscando o caderno. Havíamos
colocado os nomes de todos ali para saber como seria a divisão das camas.
-
Eu ainda vou – Disse Leo pegando um cigarro da carteira. – Mas só vou receber o
dinheiro depois da viajem, e é isso o que me preocupa.
-
Isso é bom, então como vamos fazer para o dinheiro da coleta? – Perguntou Lewis
olhando para nós.
-
Eu ainda não consegui nada com minha tia – Disse mordendo os lábios, e com ela
longe iria ficar difícil.
-
Minha mãe não vai poder colaborar dessa vez – Disse Ronny olhando para mim,
elas estavam passando por momentos difíceis já que o pai de Ronny havia ido
embora com todo o dinheiro delas com outra mulher.
-
Como vamos fazer isso? – Perguntou Ted.
-
Poderíamos vender biscoitos – Disse Sarah sorridente.
-
Você é meio retardada né? – Perguntou Wren, não rir era realmente difícil, as
vezes Wren dava algumas respostas realmente grosseiras e engraçadas.
-
Malvado – Disse Sarah batendo em Wren com as mãos finas.
-
Beleza, temos três pessoas que não vão poder colaborar com a coleta. – Disse
Ted nos encarando. Tudo bem que ele não tinha problemas com dinheiro, mas
sustentar três pessoas na costa seria pesado até para o bolso dele.
-
Porque a Lea esta para aquele lado? – Perguntou Jonnhy.
Foi então que percebi que Lea havia saído de
perto de nós, ela estava falando no celular e parecia rir com quem estava
falando, o sorriso de Lea era realmente lindo, ela deveria mostrar mais, só que
o fato de não se dar bem em namoros não a deixava muito feliz ultimamente.
-
Sim, podemos voltar aqui? – Perguntou Wren fazendo todos se voltarem ao motivo
de nosso encontro naquela tarde.
-
Bom, acho que vender coisas deve ser uma boa opção – Disse Leona encostada em
Wren – As vezes as ideias da Sarah não são exatamente ruins.
-
Mais o que nós vamos fazer? – Perguntou Wren sarcasticamente.
E ele tinha um ponto, penso que se
começássemos a fazer bolo espacial seria fácil, Sam havia nos ensinado a fazer
na nossa ultima reunião na casa de Wren, mas fazer biscoitos não era muito o
nosso forte, tudo bem que Lea sabia cozinhar bem, mais não acreditava muito que
nossos biscoitos ou seja lá o que fossemos fazer nos ajudaria a ganhar
dinheiro, alias, para fazermos os biscoitos seria necessário comprar o
material, o que não adiantaria muita coisa já que se tivéssemos uma péssima
venda teríamos gastado dinheiro em vão. Por isso eu odiava quando Wren estava
certo mesmo sem mostrar as reais consequências, na maioria das vezes ele só
falava as coisas contra Sarah porque ele gostava de tirar com a cara dela.
-
Com quem você falava? – Perguntou Ted assim que Lea voltou para o nosso
circulo.
-
Minha tia – Disse Lea ainda rindo – Na igreja que ela congrega vai ter uma
reunião muito especial hoje, só que não conseguiram muitas pessoas para
assistir, é uma nova pastora e meio que as pessoas não gostam muito dela pelo
seu jeito iluminado de ser. Ela perguntou se vocês não queriam ir, ela disse
que até pagava vinte reais para cada pessoa que eu levasse. Ela esta
desesperada já que foi ela quem colocou a pastora na igreja.
Enquanto Lea ria da ideia eu percebi que Wren
estava tendo uma ideia porque o sorriso no seu rosto não era exatamente
angelical, mas pensando como ele seria realmente ótimo conseguirmos duzentos e
quarenta reais por suportar apenas algumas horas de pregação.
-
Isso pode ser ultiu – Falou Wren para mim, ele também havia percebido que
estávamos pensando a mesma coisa.
-
São Duzentos e quarenta, isso cobre as três partes – Disse, estava percebendo
que ninguém havia pensando naquela hipótese.
-
Tudo bem, acho que vocês já podem dividir conosco o que as duas mentes
brilhantes estão pensando – Disse Leona levantando no colo de Wren.
-
Se fossemos a esse culto, a sua tia realmente daria os vinte para cada um de
nós.
-
Sim, ela falou que daria – Disse Lea.
-
Nós somos doze, acha que já estava bom para começo de conversa? – Perguntei
para Lea.
-
Serio? – Perguntou Leo finalmente entendo o que eu e Wren estávamos pensando em
fazer.
-
Pense, seria duzentos e vinte reais, e você não precisaria se incomodar com
comida por uma semana. – Disse Wren pegando o caderno das mãos de Ted.
-
Que porra vocês estão falando? – Perguntou Ronny.
-
Vamos a esse culto – Disse levantando.
-
Você não é muito de ir a igreja – Disse Ronny olhando para mim meio assustada
com o que eu havia acabado de dizer. Ela realmente tinha razão, eu realmente
não gostava de ir a igrejas por suas pregações, mas quando se paga uma semana
de bebedeira, agente pode fazer qualquer coisa.
-
Bom se todos nós formos, isso inclui todo mundo – Disse olhando para Leo e
Leona – Vamos ter dinheiro suficiente para a semana, quer dizer, agente pode
beber o que quiser e comer sem muita restrições, é um bom dinheiro poxa. Isso
são nossas férias.
-
To dentro – Disse Sarah levantando, Lewis e Andy a seguiram.
-
Por favor? – Pediu Wren levantando também, Leona e Ted também se levantaram.
-
Tudo bem, mas eu juro que vou bater em alguém se ela quiser me converter –
Disse Sam levantando também.
-
Serio mesmo que agente vai? – Perguntou Lea levantando, Jonnhy a acompanhou.
-
Eu não quero ir para isso não – Disse Ronny nos olhando ainda sentada, com Leo
ao seu lado.
-
Para se ser egoísta e pensa um pouco em nós Ronny, toda vez é o que você quer.
E eu não sei se você percebeu, mais se não formos, na verdade se você não for,
você não vai poder ir para a ilha no mesmo que vem, esqueceu disso? – Disse
Wren começando a perder a paciência – Isso diz respeito a vocês dois Leo, não
sei se esqueceram, mais são vocês quem estão sem dinheiro.
Tudo bem que Wren não deveria ter sido tão
grosso assim tanto com Ronny quanto com Leo, mas ele tinha razão, ninguém ali
tinha porque ir para aquele culto para começo de conversa eles estavam nos ajudando
já que não tínhamos ainda como pagar a nossa ida para ilha, só que eu sabia que
Ronny havia ficado com raiva pelo jeito que ela havia olhado para Wren quando
se levantou para nós irmos embora da praça. Eu a amava, mas Wren tinha razão
Ronny realmente só pensava em si mesma, e sempre que nós queríamos fazer algo
com o grupo ela sempre nos fazia ficar sem vontade, pois nada estava bom para
ela ou o seu simples tanto faz nos deixava mais desanimado possível.
Wren e Ronny eram os menos próximos do grupo,
ele não aceitava o comportamento dela perante ao grupo e ela detestava o jeito
que ele o tratava junto ao grupo, mas se sustentavam e eu até via abraços
quando tudo estava ficando bem ou estavam bem bêbados, mas quais são os amigos
que não se entendem as vezes, acho que é disso o que se concretiza a amizade.
O mais engraçado era como estávamos indo para
o culto, parecíamos que íamos para uma missão espacial, ou íamos para a guerra,
tinha a linha de frente que estava Lea, Ted, Andy e Sam os quatro estavam mais
confortáveis com aquela situação, Lea porque ia sempre com a irmã e a mãe para
o culto, Andy porque havia descoberto que depois ia ter um pequeno banquete pós
culto, Ted porque ele estava deixando alguém da família de Lea feliz, e até um
pouco menos rica, já Sam porque ela falou que era onde morava as mais lésbicas
possíveis. Logo atrás estava Lewis, Leo, Wren e Sarah, eles estavam apenas
convictos de que teriam que suportar aquilo mais que depois iriam ser bem
recompensados com uma grade de absinto e nada de pais durante uma semana, e
atrás, como se fossemos a defesa do grupo estava eu, uma chateada Ronny por ter
de voltar para os cultos que pareciam intermináveis, e Leona e Jonnhy que
estavam tão chapados que poderiam começar a rir do sofrimento implantado na
bíblia. Eles não estavam nem ligando, provavelmente iriam ficar mandando
mensagens um para o outro falando o quão chato aquilo ali estava.
Assim que chegamos todos ficaram felizes, até
a tia de Lea, por ela ter conseguido trazer pessoas para o culto, todos sentamos
na parte de trás e ficamos quietos ouvindo e chegando até a cantar o que a
pastora radiante estava falando. Não foram as piores duas horas de nossas
vidas, nada poderia ser tão ruim do que rir com a pastora e cantar com o
pessoal da banda. Não era por nada, mas o garoto que tocava teclado na banda
era realmente bonito e de vez enquanto lançava alguns olhares a mim, mais só
poderia ser porque eu era a única pessoa naquele lugar que estava com uma calça
apertada, uma camisa larga preta e um sapato surrado, já que todos os irmãos e
irmãs estavam de calças sociais e vestidos floridos. Não saia de minha cabeça
aquele sorriso e aqueles olhos verdes.
Depois do culto a pastora estava conversando
com Lea e Sarah que realmente eram as mais agradáveis do grupo, enquanto Andy,
Wren e Leo acabavam com a comida do lugar, eles realmente não pareciam tão
agradáveis assim. Eu e Ronny estávamos conversando e olhando os instrumentos
quando Ted se juntou a nós depois de ir ao banheiro.
-
Serio, você sabe que eu não sou gay, mas aquele garoto não tira os olhos de
você – Disse Ted levando o copo cheio de água a boca, foi então que eu olhei
para o garoto que tocava teclado, ele estava falando com os meninos da banda,
mas seu olhar não saia de onde nós estávamos.
-
Acho que conseguimos um tecladista – Disse olhando para Ronny – Vai lá Ronny,
levante os peitos.
-
Incrivelmente eu acho que ele esta olhando para você – Disse ela olhando do
menino para mim.
-
Como assim? – Perguntei olhando para ela, era impossível, ele não tinha nenhuma
cara de que era ou poderia ser gay, ele tocava teclado em uma igreja
evangélica, não era realmente acreditável.
-
Vile ele é um ser humano – Disse Ted rindo – Ele pode gostar de pessoas.
-
Não do mesmo sexo, é contra a bíblia – Disse fazendo uma careta, pelo menos era
isso o que as pessoas sempre falavam.
-
Quando a tia da Lea vai dar o dinheiro? Eu quero sair logo daqui – Disse Ronny
nos tirando do assunto meninos tecladista gay da igreja.
-
Ela já deu – Disse Lewis se aproximando – Acho que vamos curtir uma bebedeira.
-
Então vamos embora – Disse Ronny.
-
Já vão? – Perguntou o menino tecladista surgindo ao nosso lado. – Tão cedo.
Nós quatro ficamos completamente surpreso por
ele estar ali, primeiro ele estava do outro lado do salão e segundo ele tinha
se aproximado de nós, coitado, mal ele sabia por que estávamos ali.
-
Oi – Disse sorrindo para ele, tinha que admitir que ele era muito mais bonito
de perto, e mais baixinho.
-
Eu vi vocês do palco, vocês vieram para que? Percebi que esse não é o tipo de
coisa que vocês fazem em uma sexta feita.
-
Com certeza não – Disse Ted rindo, eu e Ronny olhamos para ele que Ted se calou
e sorriu para o garoto que pareceu completamente engraçado.
-
Sim, nós soubemos que ia ter esse culto aqui e que a pastora era nova e então
viemos acompanhar nossa amiga, Lea.
-
A vocês são amigos de Lea? Eu a conheço – Disse o garoto olhando para Lea que
estava agora conversando com Sam e Sarah que estavam junto aos outros meninos
da banda - Me chamo Tadeu, mais meus
amigos me chama de Tate.
-
Oi Tate – Disse Ronny estendendo a mão para ele, então percebei que o decote
dela estava um pouco mais avantajado do que há dois minutos, ela realmente era
rápida – Sou Ronny e esses são meus amigos, Villeroi, Theodore e Lewis.
-
Oi – Disse ele sorrindo para nós quatro – Minha mãe foi ótima hoje não é?
-
Ele é o filho da pastora – Falei com um sorriso no rosto, apenas para Ted
ouvir, ele estava sorrindo também quando confirmou com a cabeça.
-
Você toca muito bem – Disse Lewis.
E eles ficaram ali conversando enquanto eu
admirava o jeito que Tate falava, ele realmente parecia saber como usar o
teclado e aparentemente estava dando algumas aulas a Ted e Lewis, mesmo que ele
nem houvessem pedido, o jeito que suas mãos estavam se desenhando no teclado
estava me deixando hipnotizado e eu nem sabia por que estava daquele jeito,
olhar para aquele cabelo marrom e aqueles olhos escuros estavam me deixando
perdido além é claro de sua boca, os dentes não eram perfeitos, meio tortos,
mas honestamente aquilo não me incomodava, eu estava ficando sem ar? Eu não
estava muito centrado em mim mesmo.
-
Não baba – Vi os dedos de Sam estalando em minha frente.
-
Oi – Disse um pouco assustado.
-
Você esta olhando para aqueles fios, eu sei que isso foi um culto, mas foi só
um agente já tem o dinheiro, não precisa se matar.
-
A isso – Falei olhando então para o pessoal.
Andy e Leo estavam na cadeira, acho que já
havia acabado toda a comida do lugar e estavam entediados demais ou com muito
sono para fazerem alguma coisa. Jonnhy estava com os fones eu podia o ver
sonhando com um baseado dos gordos, Leona estava junto com Wren ainda
conversando com algumas pessoas da banda, parece que nem todo mundo que toda em
uma banda de igreja é realmente certinho porque pelos movimentos que Wren
estava fazendo eles pareciam estar mostrando como se enrolava um bom baseado e
apertado. Lewis e Ted ainda estavam com Tate, e ele estava conversando com eles
muito alegremente. Ronny, Lea e Sarah estavam do lado de fora do salão
conversando com alguns homens que estavam sentados em sua frente na hora do
culto.
-
Acho melhor irmos não? – Perguntou Sam.
-
Também acho – Disse suspirando. Eu realmente estava começando a imaginar que
Tate estava me encarando, mas ele na verdade só queria amigos para poder
ensina-los a tocar teclado, pelo menos era o que estava parecendo.
Todos começaram a se reunir e isso significava
que iriamos embora em breve, todos nos deram um tchau muito caloroso esperando
que voltássemos, e isso era agradável porque havíamos representado nosso papel
muito bem por vinte reais, enquanto íamos rua assim ouvi alguém me chamar lá
atrás.
-
Ele veio – Disse Ronny dando-me uma tapa na bunda.
-
Quem? – Perguntei virando.
E então vi Tate correndo até nós, eu parei
para ficar e quando todos começaram a freia Ronny comandou que andassem, e
assim eles fizeram.
-
Então, eu realmente gostei de te conhecer – Disse ele para mim parando em minha
frente com o cabelo grande completamente bagunçado, ele sorria, mas porque ele
estava falando aquilo, ele poderia ter me falado isso quando me despedi dele no
salão.
-
Obrigado, foi ótimo te conhecer, quando for tocar de novo pode me chamar –
Disse, eu realmente não estava me sentindo muito inteligente naquele momento,
quer dizer, o culto me deixou com muito sono.
-
Posso pegar o seu numero? – Tate tirou o celular do bolso rapidamente.
-
Sim, anota... – Comecei a dizer meu numero a ele e Tate realmente anotava
rapidamente, depois ele segurou em meu ombro.
-
Quando vou te ver de novo? Quer dizer, eu acho que você não vai muito a cultos.
Se não saberia como se vestir em um.
-
Há – Foi à única coisa que eu conseguiu exclamar, depois baixei minha cabeça e
olhei para a minha roupa e Tate tinha razão.
Então Tate me surpreendeu de novo, ele segurou
em meu queixo e me fez olhar para ele, só que depois ele avançou a boca na
minha e eu fiquei sem reação, mas consegui corresponder o beijo, e ele parecia
muito habilidoso com a língua, mas parou o beijo assim que nós dois ouvimos.
-
Seu garoto do Demônio – Era a pastora quem gritava.
-
Merda – Disse Tate virando para onde vinha o grito de sua mãe. – Me desculpa,
mais é melhor você correr.
-
Como assim? – Perguntei olhando para Tate um tanto assustado.
-
Minha mãe não aceita muito bem esse negocio de homossexualismo, e ela pensa que
consegue exorcizar esse demônio de dentro de mim...
-
Do que você esta falando? – Perguntei encarando Tate sem entender.
-
Só corre, ela esta entrando no carro – Disse Tate me empurrando.
Foi nesse momento que eu comecei a perceber o
mundo, então me dei conta do que havia acontecido, ele havia me beijado e sua
mãe sabia o que acontecia quando alguém se interessava demais em seu filho, ele
saiu correndo rua abaixo mais sua mãe já estava com o carro ligado e em
movimento, por um momento eu pensei que ela iria atropelar o filho, mas como
Tate percebeu que ela não iria parar e sim passar com o carro por cima dele ele
se jogou para o lado e foi então que ela começou a acelerar. Levantei e sai correndo,
eu poderia pegar a calçada, mas muitos carros estavam estacionados e eu não
conseguia passar para ela, foi enquanto corria que eu vi meus amigos andando
devagar, muito fumando.
-
Corre! – Consegui gritar quando passei por eles correndo.
-
Que porra é essa? – Perguntou Wren.
-
Ela esta vindo – Disse parando e virando para eles, sorte que um carro passou
por frente da Pastora e ela teve de parar na rua com muito movimento, só que
quando eles pararam ela acelerou o carro.
Foi então que todos perceberam o que estava
acontecendo. Wren começou a gritar assim como todos nós, saímos correndo com a
Pastora em um carro muito velho corria atrás de nós para a rua, Leo e Jonnhy
foram os únicos que ficaram parados porque estavam na calçada andando devagar,
mas o resto todo correu da pastora desgovernada até conseguimos pular para a
calçada, quando pensamos que ela tinha passado direto com o carro apenas para
nos assustar paramos e ficamos curvados, todos cansados e tentando respirar
pelo o que havia acontecido.
-
Que porra você fez para ela? – Perguntou Lewis praticamente berrando para mim
quando conseguiu se botar ereto.
-
Eu não fiz nada. – Respondi ainda em folego suficiente para falar.
-
Então porque ela estava nos perseguindo com aquele carro – Perguntou Sarah com
a mão na barriga.
-
Tate me beijou, e ela viu – Expliquei encostando à parede da casa onde paramos.
-
Uau – Sibilou Ted olhando para mim um pouco assustado – Eu estava certo, eu
tenho um gaydar.
-
Acho que sim – Disse recuperando completamente o folego.
-
Ai meu deus lá vem ela de novo – Disse Leona apontando para o carro que estava
vindo direto na rua.
-
Ela não é doida, ela não pode enfiar esse carro dentro desta casa –
Praticamente cuspiu Wren.
-
Então porque ela não esta parando? – Perguntou Ronny parecendo aflita com a
resposta.
-
CORRÃO! – Ouvi Sam gritar.
No local onde nós estávamos parados estava
agora o carro da pastora, ela não parou, ela simplistamente entrou com o carro
dentro da casa, dava para ver que o carro estava acabado e a parte da frente da
casa estava completamente acabada, acho que pelo fato de estar desocupada. A
pastora estava inconsciente dentro do carro e o para-brisas estava todo
quebrado e dava para ver que ela estava completamente quebrada. Sarah estava
levanto do chão assim como o resto que estava perto demais para correr,
levantei também e vi que o estrago tinha sido feio.
-
Vamos sair daqui – Ouvi Leona dizer.
-
Vamos, rápido – Concordou Wren, só ficou apenas eu Ronny e Ted no local.
-
Não podemos deixar ela ai – Disse Ronny que estava do outro lado do carro.
-
Mais temos que ir embora, as pessoas estão começando a aparecer. – Disse Ted.
-
Eu vou ligar para a emergência.
Só que assim que eu desbloqueei meu celular
tinha uma mensagem – (Foi ótimo te conhecer, eu realmente quero te ver mais
vezes. Tate). – A única coisa que eu consegui pensar em responder foi – ( Acho
meio difícil, sua mãe esta inconsciente e tentou me matar e matar meus amigos,
eu realmente não quero te ver) – Apertei o enviar e depois liguei para a
emergência, a vizinhança começava a sair de suas casas e estavam vendo o carro
e a casa, depois que dei o endereço de onde estávamos, Ted, Ronny e eu saímos
dali correndo, acabamos encontrando Wren e Lewis em um bar ali perto. Eles
falaram que os outros haviam ido embora, e que eles realmente precisavam ficar
porres. Acho que nós três também queríamos ficar porres, depois de ver a morte
de perto.
Um comentário:
Ah de mais!!! Espero que depois do r.a.v.e tenha capitulos mostrando a vida de cada um deles e assim ligando todos e fazendo os leitores se apegarem a eles. Tipo no.modelo de sknis
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